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Quanto à regência verbal, julgue as assertivas abaixo em C ou E.
1. Meu sonho é conhecer à Paris dos romances.
O verbo “conhecer” é transitivo direto, pois quem conhece, conhece algo (no caso, “a Paris dos
romances”, objeto direto do verbo “conhecer”). Dessa forma, não se exigindo a preposição, não
haverá crase. Item errado.
Quanto à regência verbal, julgue as assertivas abaixo em C ou E.
2. Devemos agradecer a João pelo delicioso almoço.
O verbo “agradecer” quando complementa “pessoa” é transitivo indireto e exige a preposição “a”
para se ligar ao respectivo objeto indireto. Assim, como quem agradece, agradece a alguém, deveria
haver a preposição e o artigo antecedendo o substantivo João. Pela ausência do acento grave, item
errado.
Quanto à regência verbal, julgue as assertivas abaixo em C ou E.
3. Restrinjo-me àquilo que ficou combinado na reunião.
“Restringir-se” é verbo pronominal e, com o significado de “limitar-se”, “abster-se”, é transitivo
indireto e, por isso, exige a preposição “a” para se ligar ao respectivo objeto indireto “aquilo”. Por
isso, item certo.
Quanto à regência verbal, julgue as assertivas abaixo em C ou E.
4. Ensinaram à ela muito sobre a história da psicanálise.
:
Ensina-se algo a alguém ou alguém a algo. No caso, o “algo” seria “muito sobre a história da
psicanálise”. Isso seria ensinado A alguém (a ela, no caso). Logo a construção correta seria:
“Ensinaram a ela muito sobre a história da psicanálise”. Lembre-se também de que não se admite
crase antes de pronomes pessoais. Item errado.
Quanto à regência verbal, julgue as assertivas abaixo em C ou E.
5. Referimo-nos à toda raiva acumulada em nossos corações.
:
“Quem se refere” se refere “a” alguma coisa (no caso, “toda raiva acumulada”, objeto indireto da
oração). O verbo “referir-se” é, portanto, transitivo indireto, exigindo a preposição “a” para se ligar
ao seu objeto indireto “toda raiva acumulada”. Até aí, tudo correto.
Contudo, é importante recordar que o pronome indefinido “toda” não admite artigo definido “a”.
Não havendo o artigo, não há crase. Item errado.
Com base no fragmento abaixo, julgue o item abaixo em C ou E.

Sou um audaz companheiro, na vida pinto a cara e mesmo sendo

determinante, eu vou adiante de tudo,
sempre correndo atrás.

Porém, nada faço, visando conforto. A vida é um eterno laço onde

muitos dos nós, eu mesmo os desfaço.

Meus lemas sempre foram palavras que precedem do amor e da

paz...

Alexandre Oliveira
6. No fragmento “Porém nada faço, visando conforto.” há um erro de regência verbal.
:
Na oração, “Porém nada faço”, o verbo “fazer” é transitivo direto. A palavra “nada” exerce a função
de objeto direto nessa oração. Logo, a escrita desse trecho está correta. Já no fragmento ”(...) visando
conforto”, como o verbo visar foi empregado no sentido de ”almejar”, “pretender”, “objetivar”, ele
é transitivo indireto. Por isso, se ligará ao seu objeto indireto (“conforto”) por meio da preposição
“a”. Por isso, item certo.
Com base no fragmento abaixo, julgue os itens abaixo em C ou E.
“Perdeu-se aquela vasta rede de segurança que, é certo, originava fofoca e intromissão, mas também
implicava conselhos e experiência, valores sólidos e afeição desprendida, que não aumenta nem
diminui em função do sucesso ou da beleza. Essa é a lacuna da vida moderna que a autoajuda vem
se propondo a preencher: esse sentido de desconexão que faz com que em certas ocasiões cada um
se sinta como uma ilha desgarrada do continente e sem meios de se reunir novamente a ele.”
(Isabela Boscov e Silvia Rogar. Veja, com adaptações)
7. Na frase “O conteúdo dos livros de autoajuda, ...... os leitores acreditam, serve de inspiração
para o sucesso na vida e na carreira profissional” a lacuna é corretamente preenchida pela
expressão grifada acima (“com que”).
:
O verbo “acreditar” é transitivo indireto, regendo o uso da preposição. A lacuna poderia ser
completada pelas expressões “em que” ou “no qual”. Item errado.
Nota: O verbo “acreditar”, ao expressar uma opinião, um julgamento, é transitivo direto quando seu
complemento é uma oração subordinada substantiva objetiva direta. Exemplo: “Acredito que Jesus
existe” (não “em que Jesus existe”).
8. Na frase “Os livros de autoajuda procuram conduzir as pessoas a obterem com tenacidade tudo
aquilo ...... sonham.” a lacuna é corretamente preenchida pela expressão grifada acima (“com
que”).
:
O verbo “sonhar” é transitivo indireto. Por isso, rege a preposição “com”. Assim, a escrita da frase é
a seguinte: “Os livros de autoajuda procuram conduzir as pessoas a obterem com tenacidade tudo
aquilo com que sonham”. Item certo.
Com base no texto abaixo, julgue os itens abaixo em C ou E.
Espaço e tempo modernos

Nota-se nos romances mais representativos do sé**** XX uma modificação análoga à que sucedeu
com a pintura moderna, modificação que parece ser essencial à estrutura do modernismo. À
eliminação do espaço ou da ilusão do espaço, na pintura, parece corresponder, no romance, a da
sucessão temporal. A cronologia e a continuidade temporal foram abaladas, “os relógios foram
destruídos”. O romance moderno nasceu no momento em que Proust, Joyce e Gide começam a
desfazer a ordem cronológica, fundindo passado, presente e futuro, fazendo prevalecer o princípio da
simultaneidade sobre o da sucessão temporal.
A visão de uma realidade mais profunda, mais real que a do senso comum, é assim incorporada à
forma total da obra de arte. O homem já não vive “no tempo”, ele passa a “ser tempo”, ou seja, a
carregar dentro de si a dimensão de um tempo que não apenas flui, mas que problematiza a si
mesmo.

(Adaptado de Anatol Rosenfeld. Texto/contexto)

9. Não haverá prejuízo para a correção caso se substituam os elementos sublinhados,
respectivamente, por “à semelhança da que” e “integrada na forma”.
:
Não se constata qualquer desvio no uso da expressão “à semelhança de”, corretamente grafada com
o sinal indicativo da crase. O “da” em “à semelhança da que”, é pronome demonstrativo (“à
semelhança daquela que”).
Outrossim, a expressão “integrada na forma” também está correta. O termo “integrada” rege o uso
da preposição “em”, que, ao se fundir com o artigo definido feminino “a”, forma o “na”. Item certo.
10. Não haverá prejuízo para a correção caso se substituam os elementos sublinhados,
respectivamente, por “implícita com a que” e “adstrita pela forma”.
:
Primeiro ponto a ser frisado é que o enunciado menciona apenas o prejuízo à correção e não ao
sentido. Por isso, não farei remissão ao texto apresentado, mas, tão somente, à correção gramatical.
Posto isso, analisemos a questão.
A palavra “implícita” não rege a preposição “com”. A forma certa é “implícita à que”, sendo que o
“a” deve receber acento grave, indicando a fusão entre a preposição “a” e a vogal inicial do pronome
demonstrativo “aquela”, o que resulta em “implícita àquela que sucedeu”. Também, a palavra
“adstrita” rege a preposição “a” (“adstrita a algo”). Item errado.
Com base no texto abaixo, julgue os itens abaixo em C ou E.
SUSTENTABILIDADE: O IMPERATIVO DOS NEGÓCIOS NUM MUNDO INTERDEPENDENTE
O processo de globalização e a mundialização aos quais as organizações têm sido submetidas vêm
demandando a reação a questões relacionadas com o tripé da sustentabilidade, ou seja, com
mudanças sociais, econômicas e ambientais, o que vem modificando a maneira como essas empresas
se relacionam com o mundo ao seu redor. Segundo Andrew W. Savitz, na obra A empresa sustentável,
as empresas “mais bem gerenciadas, grandes e pequenas, estão reagindo a esses desafios”. Esse
processo de mudança tem sido acelerado com o advento da tecnologia da informação,
principalmente com a Internet.

(CRUZ, C. L. Castro da. In http://www.administradores.com.br/jornais/valor_economico, com adaptações.)
Quanto ao emprego do pronome relativo e de acordo com as normas de regência, a frase em
negrito pode ser corretamente reescrita como:
11. O processo de globalização e a mundialização com cujos parâmetros as organizações procuram
imitar.
:
“Com cujos” está errado. “Cujo” é um pronome adjetivo que vem, geralmente, entre dois nomes
substantivos explícitos, entre o ser possuidor (antecedente) e o ser possuído (consequente).
O verbo “imitar” é transitivo direto, logo não cabe preposição antecedendo o pronome “cujo”. A
frase correta é a seguinte: “O processo de globalização e a mundialização cujos parâmetros as
organizações procuram imitar”. Item errado.
12. O processo de globalização e a mundialização dos quais as organizações têm sido vítimas.
:
A palavra “vítimas” exige o emprego da preposição “de”, afinal, quem é vítima é vítima de algo.
Assim, a preposição “de” foi corretamente utilizada antes do pronome relativo “os quais”. Item certo.
Considerando a regência verbal, analise as seguintes sentenças e os respectivos comentários.

a. “Quem acompanha de boa fé assiste ao alerta diário destes meios contra [...]”. – O complemento
verbal pode ser substituído por LHE.
b. “A violência assiste em qualquer parte do mundo.” – Nesta frase o verbo assistir é intransitivo.
c. “Não me assiste o direito de criticar os meios de comunicação.” – No sentido de competência ou
atribuição o verbo assistir é transitivo indireto.
d. “Repudiar a violência na tevê é um direito que assiste ao telespectador” – No sentido de caber,
competir, o complemento verbal pode ser substituído por LHE.

13. Dos quatro comentários apresentados na sentença acima, apenas dois deles são verdadeiros.
:
Antes de começarmos, revisemos a regência do verbo “assistir”.

1. Quando possui o sentido de “ver”, é verbo transitivo indireto. Exemplo: “Assisti às palestras
sobre a fome na África”.
Nesse caso deve-se atentar para o seguinte detalhe: O pronome oblíquo átono “lhe” nunca é
usado como complemento do verbo “assistir” com esse sentido. Em substituição ao “lhe”, usa-
se o “a ele” ou “a eles”.

2. Quando possui o sentido de “dar assistência/ajuda”, é verbo transitivo direto. Exemplo:
“Sempre assistiu crianças em situação de pobreza na África”.

3. Quando tem o sentido de “pertencer”, “competir”, “caber”, é verbo transitivo indireto. Exemplo:
“Assiste às crianças o direito à vida”.

4. Quando tem o sentido de “morar”, “residir”, “habitar” é verbo intransitivo. Exemplo: “Assisto
em Brasília há 5 anos”.
Com essas informações, vejamos cada uma das sentenças.
a. O verbo “assistir”, quando possui o sentido de “ver”, é transitivo indireto. Contudo, o “lhe” não
pode ser usado, conforme visto acima, daí a forma correta é: “Quem acompanha de boa fé assiste a
ele”. Item errado.

b. O verbo “assistir”, no sentido de morar, residir, é intransitivo. Assim, item certo.

c. O verbo “assistir”, quando tem o sentido de “competir”, “caber”, é transitivo indireto. Na frase, o
sujeito do verbo assistir é a oração “o direito de criticar os meios de comunicação”, que pode ser
substituído por “isso”. Assim, reescrevendo: “isso não assiste a mim” ou “isso não me assiste”. Por
isso, item certo.

d. De forma análoga ao item anterior, “assistir”, nessa acepção, é transitivo indireto. Dessa forma, o
complemento verbal pode ser substituído por “lhe”. Assim, item certo.

Assim, a assertiva está errada, pois três são verdadeiros.
Julgue o próximo item, referente às estruturas do texto e ao vocabulário nele empregado.
“Milionários californianos têm feito reuniões para financiar ensaios clínicos de substâncias
antienvelhecimento, como o resveratrol e a metformina. Prospectam pesquisas sobre reposição de
órgãos feitos em laboratório com células reprogramadas do próprio paciente”

14. No texto acima, a substituição da palavra “Prospectam” por “Carecem” não implica em
modificação de sentido.
:
Prospectar”, no contexto apresentado, significa procurar, tentar descobrir. Já “carecer” é
“necessitar”. Logo, item errado.
Julgue o próximo item, referente às estruturas do texto e ao vocabulário nele empregado.
“Até mesmo descobriu-se que o acoplamento sanguíneo entre dois animais com idades bem
diferentes, conhecido tecnicamente pela alcunha de parabiose heterocrônica, tem a intrigante
capacidade de rejuvenescer o animal mais velho”. O arcano conde Drácula não faria melhor”
15. No texto acima, a substituição da palavra “alcunha” por “epíteto” não implica em modificação
de sentido.
:
“Alcunha” significa apelido, cognome. De forma similar, “epíteto” também significa apelido. Assim,
item certo.
Julgue o próximo item, referente às estruturas do texto e ao vocabulário nele empregado.
“Qual será a saúde mental de uma pessoa com trezentos anos de vida e um corpinho de trinta? Como
será a interação dos verdadeiramente jovens com pessoas tão velhas, ricas e poderosas que podem
habitar corpos aparentemente virgens? Haverá ainda espaço para a inocência? Como impedir que os
neo-imortais mesmerizem e manipulem os mais jovens?”
16. No texto acima, a substituição da palavra “mesmerizem” por “induziram” não implica em
modificação de sentido.
:
“Mesmerizar” significa induzir, fascinar, enfeitiçar, magnetizar. Dessa forma, “mesmerizar” e
“induzir” são sinônimos. Assim, item certo.
Julgue o próximo item, referente às estruturas do texto e ao vocabulário nele empregado.
Assim como em qualquer outra manifestação artística, portanto, o livro que esteve sob ameaça de
censura precisa ter seu conteúdo contextualizado. Se a personagem Tia Nastácia chegou a ser
associada a estereótipos hoje vistos como racistas, é importante que os educadores se preocupem
em deixar claro para os alunos alguns aspectos que hoje chamam a atenção apenas pelo fato de o
país ter evoluído sob o ponto de vista de costumes e de direitos humanos.

(Editorial Zero Hora, 18/10/2010).
17. No texto acima, a palavra “estereótipos” pode ser substituída, sem alteração de sentido, por
“padrões formados por ideias preconcebidas”.
:
“Estereótipo” pode ser definido como ideia ou convicção classificatória preconcebida sobre alguém
ou algo, resultante de expectativa, hábitos ou falsas generalizações. Assim, item certo
Julgue os próximos itens, com base no texto abaixo.
“Algum pessimista argumentará que, qualquer que seja o tratamento que eu dê ao tema anunciado
pelo título acima, não passarei de comentários tautológicos, já que a morte por si mesma é banal,
não necessitando de que se sublinhem essa condição.”
“Nas grandes cidades brasileiras a começar pelas duas maiores, mata-se praticamente como se
tratasse de algo inerente à existência urbana. [...] Em biologia, sabe-se que a repetição exaustiva de
um estímulo acaba por atenuar fortemente, ou mesmo eliminar, seu efeito. Sem dúvida, isto acontece
conosco. De tanto sabermos de barbaridades, já não mais nos chocamos.”
“A morte violenta não nos sitia somente nos noticiários. Ela está em todas as partes, nas balas
perdidas que vêm atingindo tanta gente no Rio de Janeiro e que são mesmo objeto
de fornidas coleções em alguns bairros, nos jogos eletrônicos que fascinam nossos filhos e netos e
nos enlatados americanos com que somos bombardeados pela televisão.”
“A morte é o fim natural da vida, mas não é natural que se alastre dessa forma monstruosa e
que, embotados e acomodados, não façamos nada para mudar a situação em que tão
aviltantemente existimos.”

(João Ubaldo Ribeiro. Manchete. Adaptado)
18. No texto acima, a palavra “tautológicos” pode ser substituída, sem alteração de sentido, por
“pleonásticos”.
:
“Tautológicos” é sinônimo de “pleonásticos”, “redundantes”, “dispensáveis”. Assim, item certo
19. No texto acima, a palavra “embotados” pode ser substituída, sem alteração de sentido, por
“desanimados”.
:
“Embotados” é sinônimo de “desanimados”, desapontados”, “abatidos”. Assim, item certo.
Julgue o próximo item, referente às estruturas do texto e ao vocabulário nele empregado.

Geração Cibernética

Os computadores ficaram mais fáceis. Uso um computador como uma supermáquina de escrever.
Recentemente, o filho de um amigo, de 11 anos, estava em casa. Em segundos, trocou a imagem de
“papel de parede”. Descobriu jogos. Baixou arquivos. Apagou alguns, depois de me mostrar que
tornavam meu laptop mais lento. Impossível eu não me sentir um asno quando um moleque dá com
simplicidade lições sobre uma máquina que me acompanha há anos. A verdade é que me sinto um
asno até mesmo diante de um micro-ondas de última geração, com múltiplas funções. Sonho com os
aparelhos antigos, com uma única função. Bastava apertar um botão e pronto! [...]

(Walcyr Carrasco. Disponível em: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/walcyr-
carrasco/noticia/2016/10/geracao-cibernetica.html. Publicado em 27 out. 2016.

Acesso em: 03 jun. 2017. Adaptado)
20. No trecho “Impossível eu não me sentir um asno quando um moleque dá com simplicidade
lições sobre uma máquina que me acompanha há anos” não há palavra empregada em sentido
figurado.
:
“Asno”, em sentido literal, denotativo, é um animal: o simpático burro. No sentido em que foi
empregada, refere-se a alguém ignorante, sem conhecimento. Assim, houve o emprego de
linguagem figurada. Item errado.
Texto
O Juca era da categoria das chamadas pessoas sensíveis, dessas a que tudo lhes toca e tange. Se a
gente lhe perguntasse: “Como vais, Juca?”, ao que qualquer pessoa normal responderia “Bem,
obrigado!” — com o Juca a coisa não era assim tão simples. [...]

Mário Quintana Prosa & Verso Porto Alegre: Globo, 1978, p 65 (com adaptações)

Com relação às estruturas linguísticas e aos sentidos do texto, julgue o item a seguir.
21. Caso seja suprimido o pronome “lhes”, a correção gramatical do texto será mantida, embora o
trecho se torne menos enfático.
:
O pronome “lhes” retoma “pessoas”, termo já retomado pelo pronome relativo “que”. Assim, estaria
correto reescrever: “dessas(pessoas) a que tudo toca e tange”. Percebam que o “lhes” é dispensável
nessa frase.
Nessa passagem, o pronome “lhe” pode ser classificado como partícula expletiva ou partícula de
realce, utilizada para enfatizar determinada palavra ou expressão e, por isso, pode ser eliminada sem
gerar prejuízos para a correção gramatical ou para o sentido geral da frase.
Gabarito: certo.
Texto
Isoladas de contexto ou situação, as palavras quase nada significam de maneira precisa, inequívoca
(Ogden e Richards são radicais: “as palavras nada significam por si mesmas”): “...o que determina o
valor da palavra é o contexto, o qual, a despeito da variedade de sentidos de que a palavra seja
suscetível, lhe impõe um valor ‘singular’; é o contexto também que a liberta de todas as
representações passadas, nela acumuladas pela memória, e que lhe atribui um valor ‘atual’”.
Othon M. Garcia. Comunicação em Prosa Moderna. 21.a ed. Rio de Janeiro: Editora
FGV, 2002, p. 175-6 (com adaptações).
Considerando as relações sintático-semânticas do texto, julgue o item.

22. Na oração “que lhe atribui um valor ‘atual’”, o elemento “que” exerce a função de
complemento direto da forma verbal “atribui”.
:
Na expressão “que lhe atribui um valor ‘atual’, o “que” é pronome relativo e refere-se a “contexto”,
sujeito da oração. O complemento do verbo atribui é o “lhe”, objeto indireto, que substitui
“palavras”. Fazendo as devidas substituições, obteríamos a seguinte frase: “O contexto atribui à
palavra valor atual”.
Gabarito: errado.
Texto
Pavio do destino

Sérgio Sampaio

O bandido e o mocinho
São os dois do mesmo ninho
Correm nos estreitos trilhos
Lá no morro dos aflitos
Na Favela do Esqueleto
São filhos do primo pobre
A parcela do silêncio
Que encobre todos os gritos
E vão caminhando juntos
O mocinho e o bandido
De revólver de brinquedo
Porque ainda são meninos
Quem viu o pavio aceso do destino?
Com um pouco mais de idade
E já não são como antes
Depois que uma autoridade
Inventou-lhes um flagrante
Quanto mais escapa o tempo
Dos falsos educandários
Mais a dor é o documento
Que os agride e os separa
Não são mais dois inocentes
Não se falam cara a cara
Quem pode escapar ileso
Do medo e do desatino

Quem viu o pavio aceso do destino?
O tempo é pai de tudo
E surpresa não tem dia
Pode ser que haja no mundo
Outra maior ironia
O bandido veste a farda
Da suprema segurança
O mocinho agora amarga
Um bando, uma quadrilha
São os dois da mesma safra
Os dois são da mesma ilha
Dois meninos pelo avesso
Dois perdidos Valentinos

Quem viu o pavio aceso do destino?
Acerca de aspectos linguísticos do texto, julgue o item a seguir.

23. O antecedente a que se referem os termos “lhes” e “os” é recuperado na primeira estrofe do
texto.
:
O pronome “lhes” é o complemento do verbo “inventou”, exercendo a função sintática de objeto
indireto, já que “uma autoridade inventou um flagrante para eles”. Por sua vez, “eles” retoma “o
bandido e o mocinho”, termos que se referem aos meninos de quem o texto trata e que foram
mencionados na primeira estrofe. Da mesma forma, o pronome “os” faz referência aos dois meninos
do texto, “o bandido e o mocinho”, visto que “a dor é o documento que agride os meninos e separa
os meninos”. Nesse último caso, temos que “os” funciona como objeto direto.
Gabarito: certo.
Poeminha Dodói
Quando os caras tão doente,
Vêm a mim;
Eu olho eles, espeto eles,
Corto eles.
Eles curam ou não curam,
Vivem ou vão pro além.
Qué queu acho?
Eu cobro,
E tudo bem.

Millôr Fernandes. Poemas. Porto Alegre: L&PM, 2001, p. 166.
Com relação aos sentidos do poema acima e ao nível de formalidade da linguagem nele empregada,
julgue o item a seguir.

24. Em “Eu olho eles, espeto eles,/Corto eles”, o pronome pessoal “eles” ocupa a função de objeto
direto, estrutura própria da linguagem oral informal e coloquial. Na linguagem culta escrita, essa
estrutura seria inaceitável.
:
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, empregada nas situações formais de uso da
fala e da escrita, “eles” é um pronome pessoal do caso reto e deve desempenhar função sintática
de sujeito. Todavia, no fragmento do texto apresentado, “eles” está funcionando como
complemento dos verbos “olho”, “espeto” e “corto”, isto é, objeto direto, função essa que só deve
ser exercida pelo pronome pessoal do caso oblíquo correspondente, no caso, “os”. Esse emprego
destoante das regras gramaticais é, portanto, inaceitável na linguagem culta escrita.
Gabarito: certo.
Texto
No dia 4 de maio de 2015, a Lei Complementar Federal n.o 101/2000, conhecida como Lei de
Responsabilidade Fiscal ou simplesmente LRF, completou quinze anos. Embora devamos comemorar
a consolidação de uma nova cultura de responsabilidade fiscal por grande parte dos nossos gestores,
o momento também é propício para reflexões sobre o futuro desse diploma.
Para a surpresa de muitas pessoas, acostumadas a ver em nosso país tantas leis que não saem do
papel, a LRF, logo nos primeiros anos, atinge boa parte de seus objetivos, notadamente em relação à
observância dos limites da despesa com pessoal, o que permitiu uma descompressão da receita
líquida e propiciou maior capacidade de investimento público. O regulamento marca avanços
também no controle de gastos em fins de gestão e em relação ao novo papel que as leis de diretrizes
orçamentárias passaram a desempenhar.
Não obstante todos os avanços, o momento exige cautela e reflexões. Como toda debutante, a LRF
passa por alguns importantes conflitos existenciais. É quase consenso, no meio acadêmico e entre os
órgãos de controle, a necessidade de seu aperfeiçoamento em alguns pontos. Há que se ponderar,
contudo, sobre o melhor momento para os necessários ajustes normativos. Realizar mudanças
permanentes na lei por conta de circunstâncias excepcionais e episódicas não parece recomendar o
bom senso.

Valdecir Pascoal. Os 15 anos da Lei de Responsabilidade Fiscal. In: O Estado de
S.Paulo, 5/maio/2015. Internet: <http://politica.estadao.com.br> (com
adaptações).

No que se refere às ideias e aos aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item.

25. Os pronomes relativos “que” e “que”, embora retomem elementos distintos do texto,
desempenham a mesma função sintática nos períodos em que ocorrem.
:
No fragmento "acostumadas a ver em nosso país tantas leis que não saem do papel”, é possível
perceber que o pronome relativo “que” retoma “as leis”. Sendo assim, podemos dizer que “as leis
não saem do papel”, de modo que o pronome “que” desempenha a função de sujeito da oração. Já
no trecho “em relação ao novo papel que as leis de diretrizes orçamentárias passaram a
desempenhar”, o “que” retoma o termo “novo papel”. Após breve reflexão, percebemos que “as leis
de diretrizes orçamentárias passaram a desempenhar novo papel” e que, por conseguinte, “novo
papel” completa o sentido de “desempenhar”, exercendo a função de objeto direto. Isso posto,
podemos afirmar que as funções sintáticas dos termos destacados no texto apresentado não são as
mesmas.
Gabarito: errado.
Texto
A multiplicidade dos seres humanos traduz-se por uma forma de ordem singular. O que há de único
na vida em comum dos homens gera realidades particulares, especificamente sociais, que são
impossíveis de explicar ou compreender a partir do indivíduo. A língua é uma boa ilustração disso.
Que impressão nos causaria descobrir, ao acordarmos numa bela manhã, que todos os outros
homens falam uma língua que não compreendemos? Sob uma forma paradigmática, a língua
encarna esse tipo de dados sociais, que pressupõem uma multiplicidade de seres humanos
organizados em sociedades e os quais, ao mesmo tempo, não param de se reindividualizar. Esses
dados como que se reimplantam em cada novo membro de um grupo, norteiam seu comportamento
e sua sensibilidade, e constituem o habitus social a partir do qual se desenvolverão nele os traços
distintivos que o contrastarão com os outros no seio do grupo. O modelo linguístico comum admite
variações individuais, até certo ponto. Mas, quando essa individualização vai longe demais, a língua
perde sua função de meio de comunicação dentro do grupo. Entre outros exemplos, citemos a
formação da consciência moral, das modalidades de controle de pulsões e afetos numa dada
civilização, ou o dinheiro e o tempo. A cada um deles correspondem maneiras pessoais de agir e
sentir, um habitus social que o indivíduo compartilha com outros e que se integra na estrutura de sua
personalidade.

Norbert Elias. Sobre o tempo. Vera Ribeiro (Trad.). Jorge Zahar editor, 1998, p.19
(com adaptações).

No que se refere à organização das ideias e à estrutura do texto acima, julgue o item.

26. A retirada do pronome em "se reindividualizar" provocaria erro gramatical e incoerência
textual, pois não se explicitaria o que seria reindividualizado.
:
Tendo em vista que os “seres humanos não param de se reindividualizar”, percebemos que os seres
reindividualizam alguém, no caso, a si mesmos. O uso do pronome “se” demonstra que a ação
expressa pelo verbo recai no próprio sujeito, logo “se” é pronome reflexivo, o qual funciona como
objeto direto de “reindividualizar”. Dessa forma, se retiramos o pronome “se”, o verbo perderá seu
complemento de sentido – teremos um erro gramatical – e não se saberá a quem o verbo se refere
– teremos incoerência textual.
Gabarito: certo.
Texto
De início, não existiam direitos, mas poderes. Desde que o homem pôde vingar a ofensa a ele dirigida
e verificou que tal vingança o satisfazia e atemorizava a reincidência, só deixou de exercer sua força
perante uma força maior. No entanto, como acontece muitas vezes no domínio biológico, a reação
começou a ultrapassar de muito a ação que a provocara. Os fracos uniram-se; e foi então que
começou propriamente a incursão do consciente e do raciocínio no mecanismo social, ou melhor, foi
aí que começou a sociedade propriamente dita. Fracos unidos não deixam de constituir uma força. E
os fracos, os primeiros ladinos e sofistas, os primeiros inteligentes da história da humanidade,
procuraram submeter aquelas relações até então naturais, biológicas e necessárias, ao domínio do
pensamento. Surgiu, como defesa, a ideia de que, apesar de não terem força, tinham direitos. Novas
noções de Justiça, Caridade, Igualdade e Dever foram se insinuando naquele grupo primitivo,
instiladas pelos que delas necessitavam, tão certo como o é o fato de os primeiros remédios terem
sido inventados pelos doentes. No espírito do homem, foi se formando a correspondente daquela
revolta: um superego mais ou menos forte, que daí em diante regeria e fiscalizaria as relações do
novo homem com os seus semelhantes, impedindo-lhe a perpetração de atos considerados por todos
como proibidos. (...) Na resolução de seus litígios, não mais aparecia o mais forte e musculoso diante
do menos poderoso pelo próprio nascimento e natureza. Igualados pelas mesmas condições,
afrouxados na sua agressividade de animal pelo nascimento do superego, fizeram uma espécie de
tratado de paz, as leis, pelas quais os interesses e os “proibidos” não seriam violados reciprocamente,
sob a garantia de uma punição por parte da coletividade.

Clarice Lispector. Observações sobre o fundamento do direito de punir. In:
Aparecida Maria Nunes (Org.). Clarice na cabeceira. Rio de Janeiro: Rocco, 2012, p.
67-8 (com adaptações).
A respeito do texto acima, julgue o próximo item.

27. Nos trechos “que a provocara” e “que daí em diante regeria”, o pronome “que” exerce, em
ambas as ocorrências, a função de sujeito.
:
Na oração “a reação começou a ultrapassar de muito a ação que a provocara”, tem-se que a “ação”
é retomada pelo pronome “que”, sendo o sujeito do verbo “provocara”, já que “a ação provocara a
reação”. No fragmento “um superego mais ou menos forte, que daí em diante regeria”, percebe-se
que “daí em diante regeria um superego” ou “um superego regeria daí em diante”; assim,
compreende-se que o pronome relativo “que” em análise refere-se a “um superego”, funcionando
como sujeito do verbo “regeria”. Portanto, nos dois casos analisados “que” possui a mesma função:
sujeito da oração.
Gabarito: certo.
Texto
Quando dizemos que uma pessoa é doce, fica bem claro que se trata de um elogio, e de um elogio
emocionado, porque parte de remotas e ternas lembranças: o primeiro sabor que nos recebe no
mundo é o gosto adocicado do leite materno, e dele nos lembraremos pelo resto de nossas vidas. A
paixão pelo açúcar é uma constante em nossa cultura. O açúcar é fonte de energia, uma substância
capaz de proporcionar um instantâneo “barato” que reconforta nervos abalados. É paradoxal,
portanto, a existência de uma doença em que o açúcar está ali, em nossa corrente sanguínea, mas
não pode ser utilizado pelo organismo por falta de insulina. As células imploram pelo açúcar que não
conseguem receber, e que sai, literalmente, na urina. O diabetes é conhecido desde a Antiguidade,
sobretudo porque é uma doença de fácil diagnóstico: as formigas se encarregam disso. Há sé*****,
sabe-se que a urina do diabético é uma festa para o formigueiro. Também não escapou aos médicos
de outrora o fato de que a pessoa diabética urina muito e emagrece. “As carnes se dissolvem na
urina”, diziam os gregos.

Moacyr Scliar. Doce problema. In: A face oculta —inusitadas e reveladoras histórias
da medicina. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 2001 (com adaptações).

No que concerne às ideias e aos aspectos linguísticos do texto, julgue o item.

28. No período “As células imploram pelo açúcar que não conseguem receber, e que sai,
literalmente, na urina", o vocábulo “que”, nas duas ocorrências, tem o mesmo referente e
desempenha a função sintática de sujeito nas orações em que se insere.
: Analisando a oração “As células imploram pelo açúcar que não conseguem receber”,
vemos que o pronome “que” retoma “açúcar”, uma vez que “as células não conseguem receber o
açúcar”. Portanto, nessa oração o “que” refere-se ao “açúcar” e exerce função de objeto direto. Já
ao refletir sobre o segundo “que” utilizado na frase, entendemos que o que sai literalmente na urina
é o açúcar. Sendo assim, na última oração, o “que” também refere-se a “açúcar”, contudo exerce a
função de sujeito do verbo “sai”. Temos que os pronomes “que” têm o mesmo referente, mas
apresentam funções sintáticas diferentes.
Gabarito: errado.
Texto
Como em todas as tardes abafadas de Americana, no interior de São Paulo, o paranaense Adílson dos
Anjos circula entre velhas placas de computador, discos rígidos quebrados, estabilizadores de energia
enferrujados, monitores com tubos queimados e outras velharias do mundo da informática. Ao ar
livre, as pilhas, que alcançam um metro de altura, refletem os raios de sol de forma difusa e provocam
um incessante piscar de olhos. Por trás delas, um corredor estreito, formado por antigos
decodificadores de televisão a cabo, se esconde sob uma poeira fina que sobe do chão.
Com uma chave de fenda na mão direita, Adílson mantém, de joelhos, uma linha de produção
repetitiva. Desparafusa as partes mais volumosas de uma CPU carcomida, crava sua ferramenta em
fendas predeterminadas e, com os dedos da outra mão, faz vergar parte do alumínio do aparelho.
Com um solavanco, arranca do corpo da máquina uma chapa fina e esverdeada conhecida como
placa-mãe. Com zelo, deposita-a perto dos pés. O resto faz voar por cima de sua cabeça: com um
ruído estridente, tudo se espatifa metros atrás.
Há cerca de um ano, Adílson vive com os cerca de 600 reais que ganha por mês coletando, separando
e revendendo sobras de computadores, que recebem o nome de e-lixo. Todos os meses, ele
transforma 20 toneladas de sucata eletrônica em quilos e quilos de alumínio, ferro, cobre, plástico e
até mesmo ouro.
Não há dados no Brasil a respeito do número de pessoas que vivem do mercado de sucata eletrônica,
nem do volume de dinheiro que ele movimenta. A falta de dados e a consequente ausência de projetos
voltados para o bom aproveitamento dos detritos eletrônicos atestam que o e-lixo brasileiro ainda se
move pela sombra.
Na Europa e nos Estados Unidos, estudos sobre o assunto atestam que o montante de lixo digital em
circulação na Terra cresce 5% ao ano. A sucata eletrônica, sozinha, já abocanha uma fatia maior do
que a das fraldas infantis no bolo de resíduos sólidos gerados pelo ser humano.

Cristina Tardáguila. Ruínas eletrônicas. Internet: <www.piaui.folha.uol.com.br>
(com adaptações).

Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto, julgue o item seguinte.

29. O elemento “que”, em “que recebem o nome de e-lixo”, retoma o termo “sobras de
computadores”.
:
O elemento “que”, em “separando e revendendo sobras de computadores, que recebem o nome
de e-lixo”, retoma o termo anterior “sobras de computadores”, uma vez que as “sobras de
computadores recebem o nome de e-lixo". Com a utilização do pronome relativo em questão, evita-
se repetição do termo “sobras de computadores”.

Gabarito: certo.
Texto
No artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, dispôs a Carta Magna de 1988: "Aos
remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a
propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos." Era o reconhecimento de
um direito. Restava regulamentar a forma pela qual esse direito seria garantido. Em novembro de
2003, o presidente da República assinou o Decreto n.o 4.877, que estabelece, em seu artigo 2.o:
"Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, para os fins deste decreto, os
grupos étnico-raciais, segundo critérios de autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados
de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a
resistência à opressão histórica sofrida."
E, logo em seguida, o parágrafo primeiro do mesmo artigo reafirma e esclarece: "Para os fins deste
decreto, a caracterização dos remanescentes das comunidades dos quilombos será atestada
mediante autodefinição da própria comunidade."
Essa regulamentação resultou naquilo que o professor Denis Rosenfield descreveu como
"ressemantização da palavra quilombo"; segundo ele, "o quilombo já não significaria um povoado
formado por escravos ****** (...), mas uma identidade cultural."

O Estado de S.Paulo, 29/11/2010 (com adaptações).

Com relação aos sentidos e a aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item a seguir.

30. Em "emitir-lhes", o pronome exerce a função de objeto direto.
:
Pela leitura do texto em análise, entende-se claramente que “o Estado deve emitir os títulos aos
remanescentes das comunidades dos quilombos”. Logo, vê-se que “emitir” comporta-se como um
verbo transitivo direto (complemento: os títulos) e indireto (complemento: aos remanescentes das
comunidades). Para não repetir o termo que constitui o objeto indireto, emprega-se o pronome
pessoal do caso oblíquo “lhes”, o qual desempenha a função de objeto indireto, substituindo o
complemento preposicionado “aos remanescentes das comunidades dos quilombos”.
Gabarito: errado.
Julgue a assertiva abaixo em C ou E.
Para que a intervenção governamental se justifique é preciso, primeiro, que se prove a existência de
uma distorção que faça com que o mercado não aloque eficientemente os recursos. Segundo, que se
pondere as alternativas para corrigir aquela distorção à luz de seus custos e benefícios. Pode-se
concluir pela adoção de medidas corretivas, e de que tipo devem ser, somente após esta análise.
Dada a realidade brasileira, é provável que essas tendam a ser muito mais relativas à natureza da
política econômica do que da política industrial. Esta última ainda precisa ser muito melhor
embasada.

31. Em apenas uma das ocorrências, admite-se alteração da colocação do pronome “se”.
:
Nas três primeiras ocorrências, não se admite alteração na colocação pronominal já que são
hipóteses de próclise obrigatória.
No primeiro caso, a próclise é obrigatória haja vista que a locução conjuntiva “para que” atrai o
pronome.
No segundo e terceiro casos, a próclise é obrigatória haja vista que a conjunção integrante “que”
atrai o pronome.
Na quarta ocorrência, o pronome pode ocupar três posições distintas:
• Enclítico ao auxiliar: “pode-se concluir”;
• Proclítico ao principal: “pode se concluir”;
• Enclítico ao principal: “pode concluir-se”.
Assim, em apenas uma das ocorrências, admite-se alteração da colocação do pronome “se”. Por
isso, item certo.
Considere o fragmento de texto abaixo para responder à questão.
“(...) a mãe iria acompanhá-la para ajudar na mudança”

32. Ao reescrever o fragmento como “(...) a mãe acompanhá-la-ia para a ajudar na mudança”,
seria mantida a correção gramatical.
:
A forma “acompanhá-la-ia” representa uso correto da mesóclise, adequada para os verbos no futuro
do pretérito ou no futuro do presente. Acrescente-se que a forma “para a ajudar” também está
correta, visto que, no caso, é possível a próclise, justificada pela presença da conjunção “para”.
Ressalte-se que verbo no infinitivo sempre aceita ênclise. Por isso, ajudá-la também estaria correta.
Item certo.
Considerando as frases abaixo, julgue a assertiva apresentada como C ou E.
I - A mensagem nos remete ...
II - tal abundância de água não protege-nos
III - O homem, por sua vez, tem apropriado-se dos recursos...
IV - A disponibilidade da água se tornou limitada...
33. Respeitam as regras de colocação pronominal apenas nas frases I e IV.
:

I - Mesmo não havendo nenhum termo que atraia o pronome oblíquo “nos” para antes da forma
verbal “remete”, a próclise é admitida, assim como a ênclise também seria nesse caso. Item certo.
II - O advérbio de negação “não” atrai o pronome “nos”, provocando a próclise. Logo, a forma correta
é: “tal abundância de água não nos protege”. Item errado.
III - O particípio não admite ênclise. Assim, o pronome deverá vir antes ou no meio da locução. As
formas corretas seriam: “O homem, por sua vez, se tem apropriado dos recursos” ou “O homem,
por sua vez, tem-se apropriado dos recursos” ou “O homem, por sua vez, tem se apropriado dos
recursos”. Item errado.
IV - Mesmo não havendo nenhum termo que atraia o pronome “se” para antes da forma verbal
“tornou”, a próclise é admitida, assim como a ênclise também seria. Item certo.
Gabarito: certo.
Texto
Recentemente me pediram para discutir os desafios políticos que o Brasil tem pela frente. Minha
primeira dúvida foi se eles seriam diferentes dos de ontem. Os problemas talvez sejam os mesmos, o
país é que mudou e reúne hoje mais condições para enfrentá-los que no passado. A síntese de minhas
conclusões é que precisamos prosseguir no processo de democratização do país.
Com relação ao emprego das palavras e expressões no texto, julgue o item que se segue.
34. A posição do pronome átono “me”, antecedendo o verbo, constitui uma violação às regras da
colocação pronominal da norma culta e, por isso, ele deveria ser usado posposto a “pediram”.
Comentário:
Errado. Advérbio é classe sintática que a atrai o pronome. Assim, é caso clássico de ênclise.
Gabarito: errado.
Texto
[...] Em 2005, uma brigada completa, atualmente instalada em Niterói - com aproximadamente 4
mil soldados -, será deslocada para a linha de divisa com a Colômbia.

Roberto Godoy. Forças armadas terão mais R$ 1 bi para
reequipamento. In: O Estado de S. Paulo, 8/8/2004, p. A12
(com adaptações).

Com relação ao emprego das palavras e expressões no texto, julgue o item que se segue.
35. A substituição de “será deslocada” por deslocar-se-á mantém a correção gramatical do
período.
:
“Será deslocada” é uma locução verbal composta pelo verbo auxiliar “ser”, seguido do verbo
principal “deslocar”, conjugado no particípio.
Estando o verbo “ser” conjugado no futuro do presente e não havendo, no contexto, elemento que
exija a próclise (o que, nesse caso, seria proibido, visto que iniciaria uma oração), deve-se empregar
a mesóclise, o que resulta na construção “deslocar-se-á”.
Gabarito: certo.
Texto
Um homem do sé**** XVI ou XVII ficaria espantado com as exigências de identidade civil a que nós
nos submetemos com naturalidade. Assim que nossas crianças começam a falar, ensinamos-lhesseu
nome, o nome de seus pais e sua idade. [...]

Philippe Ariès. História social da criança e da família. Dora
Flaksman (Trad.), p. 1-2 (com adaptações).

Com base no texto acima, julgue o item.
36. A substituição de “ensinamos-lhes” por ensinamos a elas preservaria tanto a correção
gramatical do texto quanto as relações semânticas expressas no trecho em questão.
:
No texto, o pronome “lhes” exerce a função de objeto indireto do verbo “ensinar”. O referido
pronome retoma o substantivo “crianças”, e, por essa razão, flexiona-se no plural. Dessa forma, é
cabível a substituição de “lhes” por “a elas”.
Lembrando que verbos terminados em “r”, “s” ou “z” só perdem a última letra no caso de o pronome
ser “o”, “a”, “os” , “as”. Assim, o correto é “ensinamos-lhes” e não “ensinamo-lhes”.
Gabarito: certo.