• Barajar
    Activar
    Desactivar
  • Alphabetizar
    Activar
    Desactivar
  • Frente Primero
    Activar
    Desactivar
  • Ambos lados
    Activar
    Desactivar
  • Leer
    Activar
    Desactivar
Leyendo...
Frente

Cómo estudiar sus tarjetas

Teclas de Derecha/Izquierda: Navegar entre tarjetas.tecla derechatecla izquierda

Teclas Arriba/Abajo: Colvea la carta entre frente y dorso.tecla abajotecla arriba

Tecla H: Muestra pista (3er lado).tecla h

Tecla N: Lea el texto en voz.tecla n

image

Boton play

image

Boton play

image

Progreso

1/10

Click para voltear

10 Cartas en este set

  • Frente
  • Atrás
01
CEBRASPE (CESPE) - Analista Portuário I (EMAP)/Administrativa/2018
Serviço de tráfego de embarcações
(vessel traffic service – VTS)

O VTS é um sistema eletrônico de auxílio à navegação, com capacidade de monitorar
ativamente o tráfego aquaviário, melhorando a segurança e eficiência desse tráfego, nas
áreas em que haja intensa movimentação de embarcações ou risco de acidente de grandes
proporções.
Internacionalmente, os sistemas de VTS são regulamentados pela International Maritime
Organization, sendo seus aspectos técnicos detalhados em recomendações da International
Association of Maritime Aids to Navigation and Lighthouse Authorities. No Brasil, cabe à
Marinha do Brasil, autoridade marítima do país, definir as normas de execução de VTS e
autorizar a sua implantação e operação.
Uma estrutura de VTS é composta minimamente de um radar com capacidade de
acompanhar o tráfego nas imediações do porto, um sistema de identificação de
embarcações denominado automatic identification system, um sistema de comunicação em
VHF, um circuito fechado de TV, sensores ambientais (meteorológicos e hidrológicos) e um
sistema de gerenciamento e apresentação de dados. Todos esses sensores operam
integrados em um centro de controle, ao qual cabe, na sua área de responsabilidade,
identificar e monitorar o tráfego marítimo, adotar ações de combate à poluição, planejar a
movimentação de embarcações e divulgar informações ao navegante. Adicionalmente, o
Centro VTS pode fornecer informações que contribuam para o aumento da eficiência das
operações portuárias, como a atualização de horários de chegada e partida de
embarcações.

Com relação às ideias e às estruturas linguísticas do texto apresentado, julgue o item que
se segue.
A forma verbal “haja” poderia ser flexionada no plural — hajam —, preservando-se a
correção gramatical e os sentidos do texto.
Certo ou Errado?
Observando a forma verbal “haja” no trecho “...nas áreas em que haja intensa movimentação de
embarcações ou risco de acidente de grandes proporções”, percebemos que ele foi empregado
com sentido de existir: nas áreas em que existia intensa movimentação de embarcações ou risco
de acidente de grandes proporções. Nesse caso, o verbo é impessoal e deve sempre ser grafado
na terceira pessoa do singular. Se a alteração sugerida ocorresse, a correção gramatical do texto
seria comprometida.
Gabarito: ERRADO
02
CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (STM)/Apoio Especializado/Revisão de Texto/2018
Texto 6A2BBB
A obra de Maquiavel causou bastante polêmica por romper com a visão usual da atividade
política. Na tradição cristã, a política era vista como uma forma de preparar a Cidade de
Deus na terra. Na Antiguidade, era uma maneira de “promover o bem comum”. Havia
sempre a referência a um objetivo transcendente, a um padrão implícito ou explícito de
justiça. Para Maquiavel, o que importa, na política, é o poder real. Não é uma questão de
justiça ou de princípios, mas de capacidade de impor-se aos outros.
N’O Príncipe, Maquiavel ensina que a meta de toda ação política é ampliar o próprio poder
em relação aos outros. É necessário reduzir o poder dos adversários: semear a discórdia nos
territórios conquistados, enfraquecer os fortes e fortalecer os fracos; em suma, dividir para
reinar.
Os Discorsi são uma longa glosa dos dez primeiros livros da História de Roma, de Tito
Lívio, vistos como um documento histórico incontestável, embora hoje se saiba que o autor
não se furtava a alterar os fatos para robustecer seu caráter alegórico ou exemplar —
procedimento, aliás, que Maquiavel também adotaria em suas Histórias Florentinas. Na
obra, ele procura, nos costumes dos antigos, elementos que possam ser utilizados na
superação dos problemas de sua época.
Ao buscar as causas da grandeza da Roma antiga, Maquiavel acaba por encontrá-las na
discórdia entre seus cidadãos, naquilo que tradicionalmente era estigmatizado como
“tumultos”. Trata-se de uma visão revolucionária, já que o convencional era fazer o elogio
da harmonia e da unidade. Até hoje, a busca do “consenso” e o sonho de uma sociedade
harmônica, sem disputa de interesses, estão presentes no discurso político e, mais ainda,
alimentam a desconfiança com que são vistas as lutas políticas. Para Maquiavel, porém, o
conflito é sempre um sintoma de equilíbrio de poder. Na sociedade, uma parte sempre
quer oprimir a outra — nobres e plebeus, ricos e pobres ou, na linguagem que ele prefere
usar, o povo e os “grandes”. Se o conflito persiste, é porque nenhuma parte conseguiu
atingir sua meta de dominar a outra. Portanto, permanece um espaço de liberdade para
todos.
L. F. Miguel. A moral e a política. In: L. F. Miguel. O nascimento da política moderna. De
Maquiavel a Hobbes. Brasília: Editora da UnB, 2015, p. 21, 23-4 (com adaptações).
Julgue o item, relativo às estruturas linguísticas do texto 6A2BBB.
Se a expressão “uma visão revolucionária” fosse substituída por ideias revolucionárias,
seria necessário alterar a forma verbal “Trata-se” para Tratam-se, para se manter a
correção gramatical do texto.
Certo ou Errado?
Com a substituição, o verbo “Trata-se” permanece grafado na terceira pessoa do singular, uma
vez que ele, nesse contexto em que tem sentido de diz respeito a, é impessoal e a expressão
“ideias revolucionárias”, assim como era “uma visão revolucionária”, é seu objeto indireto.
Gabarito: ERRADO
03
CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (STM)/Apoio Especializado/Revisão de Texto/2018
Texto 6A4CCC

No que concerne aos aspectos linguísticos do texto 6A4CCC, julgue o item a seguir.

No período “É um orgulho poder contar com você”, a terceira pessoa do singular
empregada na forma verbal “É” justifica-se por tratar-se de um verbo impessoal, como
em É tarde.
Certo ou Errado?
Na frase em análise, a forma verbal “É” está grafada na terceira pessoa do singular porque o seu
sujeito é uma oração. Se colocarmos a frase na ordem sintática padrão, visualizamos isso
melhor: Poder contar com você é um orgulho.
Gabarito: ERRADO
04
CEBRASPE (CESPE) - Professor de Educação Básica (SEDF)/Língua Portuguesa/2017
A língua continua sendo forte elemento de discriminação social, seja no próprio contexto
escolar, seja em outros contextos sociais, como no acesso ao emprego e aos serviços
públicos em geral (serviços de saúde, por exemplo).
Por isso, parece ser um grande equívoco a afirmação de que a variação linguística não deve
ser matéria de ensino na escola básica. Assim, a questão crucial para nós é saber como
tratá-la pedagogicamente, ou seja, como desenvolver uma pedagogia da variação
linguística no sistema escolar de uma sociedade que, infelizmente, ainda não reconheceu
sua complexa cara linguística e, como resultado da profunda divisão socioeconômica que
caracterizou historicamente sua formação (uma sociedade que foi, por trezentos anos,
escravocrata), ainda discrimina fortemente pela língua os grupos socioeconômicos que
recebem as menores parcelas da renda nacional.
A maioria dos alunos que chegam à escola pública é oriunda precisamente desses grupos
socioeconômicos. E há, entre nossas crenças pedagógicas, um pressuposto de que cabe à
escola pública contribuir, pela oferta de educação de qualidade, para favorecer, mesmo
que indiretamente, uma melhor redistribuição da renda nacional.
Boa parte de uma educação de qualidade tem a ver precisamente com o ensino de língua —
um ensino que garanta o domínio das práticas socioculturais de leitura, escrita e fala nos
espaços públicos. Nessa perspectiva, esse domínio inclui o das variedades linguísticas
historicamente identificadas como as mais próprias a essas práticas, ou seja, o conjunto de
variedades escritas e faladas constitutivas da chamada norma culta.

Com referência às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo
item.

Em “A maioria dos alunos que chegam à escola pública é oriunda precisamente desses
grupos socioeconômicos”, a forma verbal “chegam” poderia ser corretamente flexionada
no singular.
Nesse caso, o pronome “que” retomaria o núcleo do sujeito da oração principal. Certo ou errado?
A afirmação está correta porque quando se tem como sujeito uma estrutura em que o núcleo é a
expressão “A maioria” seguida de um substantivo no plural, no caso “pessoas”, o verbo poderá
tanto ser grafado no singular, concordando com seu núcleo, quanto no plural, concordando
assim com o substantivo.
Gabarito: CERTO
05
CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (TRF 1ª Região)/Apoio Especializado/Taquigrafia/2017
O espaço urbano foi organizado de sorte a favorecer as operações de circulação, compra e
venda de mercadorias; e, ao mesmo tempo, nele se oferece ao consumo uma diversidade
de localizações, paisagens, topografias físicas e simbólicas que são de diferentes modos
incorporadas à dinâmica mercantil. Hoje, podemos talvez acrescentar que a cidade se
torna o lugar do consumismo e do consumismo de lugar. O que isso quer dizer e que
implicações isso tem para o compartilhamento da cidade como espaço público?
Sabemos que a cidade é o lugar preferencial da realização do consumismo de bens. Mas,
também, vale dizer que, com o advento do urbanismo competitivo, é o lugar do
consumismo de lugares, por meio das dinâmicas da cidade-espetá****, dos megaeventos e
do esforço de venda de imaginadores urbanos com suas obras fundadas em um culturalismo
de mercado. O planejamento estratégico do urbanismo de mercado propõe-se, na
atualidade, a realizar um esforço de venda macroeconômico dos lugares, o que faz do
consumismo de lugares um modo particular de articulação entre o rentismo imobiliário e a
competição interurbana por capitais. Para isso concorre o consumismo publicitário
privatizante dos espaços da cidade.
Por outro lado, conforme observa o economista Pierre Veltz, os novos requisitos da
espacialidade das empresas nas cidades exprimem hoje “o paradoxo segundo o qual os
recursos não mercantis não veem seu papel diminuir, mas, ao contrário, se afirmar e se
estender nas economias avançadas e concorrenciais”. Isso é exemplificado pela luta dos
pescadores artesanais da Associação Homens do Mar em defesa do caráter público da Baía
da Guanabara e pelas manifestações maciças de ciclistas pelo direito ao espaço público nas
cidades. Tratando-se de bens não mercantis em disputa, os conflitos por apropriação dos
recursos urbanos apresentam forte potencial de politização, seja na busca de acesso
equânime a ambientes saudáveis, seja na eliminação de controles policiais
discriminatórios.
Para Abba Lerner, Prêmio Nobel de Economia de 1954, toda transação econômica realizada
é um conflito político resolvido. Inversamente, podemos sustentar que toda disputa pelos
recursos não mercantis das cidades — saúde e saneamento, mobilidade, meio ambiente,
segurança — não redutível a relações de compra e venda configura conflitos políticos em
potencial.

A respeito dos aspectos linguísticos do texto, julgue o item que se segue.
No trecho “por meio das dinâmicas da cidade-espetá****”, o elemento determinado do
vocábulo “cidade-espetá****” rege a concordância nominal, enquanto o elemento
determinante qualifica-o.
Certo ou Errado?
Primeiramente precisamos relembrar o que é determinante e o que é determinado e a relação
entre eles:
Determinante – especifica ou qualifica o sentido do determinado.
Determinado – tem o sentido modificado pelo determinante e é subordinado a ele.
Cientes disso, vamos em frente.
No substantivo composto “cidade-espetá****”, o determinado é o vocábulo “cidade” e o
determinante é “espetá****”. O termo “cidade” comanda a regência nominal no caso em relação
à preposição “da” em “da cidade-espetá****”. Quanto ao termo “espetá****”, ele está
especificando a palavra “cidade”, dando a ela um novo sentido, o qual podemos entender, no
contexto, como uma cidade que parece um espetá**** por conta do urbanismo competitivo.
Gabarito: CERTO
06
CEBRASPE (CESPE) - Auxiliar em Administração (IFF)/2018
Acho muito simpática a maneira da Rádio Jornal do Brasil de anunciar a hora: “onze e
meia” no lugar de “vinte e três e trinta”; “um quarto para as cinco” em vez de “dezesseis
e quarenta e cinco”. Mas confesso minha implicância com aquele “meio-dia e meia”.
Sei que “meio-dia e meio” está errado. Mas a língua é como a mulher de César: não lhe
basta ser honesta, convém que o pareça.
Lembrando um conselho que me deu certa vez um amigo boêmio quando lhe perguntei se
certa frase estava certa (“Olhe, Rubem, faça como eu, não tope parada com a gramática:
dê uma voltinha e diga a mesma coisa de outro jeito”), eu preferiria dizer “doze e meia”
ou “meio-dia e trinta”, sem nenhuma afetação. Aliás, a língua da gente não tem apenas
regras: tem um espírito, um jeito, uma pequena alma que aquele “meio-dia e meia” faz
sofrer.
Rubem Braga Recado de primavera Rio de Janeiro, Record,1984, p 58 (com adaptações)
A expressão ‘meio-dia e meio’ está errada porque
a) a repetição de ‘meio’ deve ser evitada na mesma frase.
b) o emprego do hífen na expressão contraria o novo acordo ortográfico.
c) a concordância deve ser feita com a ideia de hora — meia hora.
d) a única forma correta é ‘meio-dia e trinta’.
e) ‘meio’ provoca erro de regência.
A expressão em análise está incorreta porque o termo “meio” deveria estar grafado no feminino
para concordar com a ideia de hora: meio dia e meia (hora), ou seja, 12:30 é metade do dia mais
metade da hora.
Gabarito: C
07
CEBRASPE (CESPE) - Auxiliar (FUB)/Administração/2016
Hoje, constituída por 26 institutos e faculdades e 21 centros de pesquisa especializados, a
UnB possui 2.695 professores, 2.620 servidores técnico-administrativos, 36.370 alunos de
graduação e 7.510 de pós-graduação.
Ela oferece 109 cursos de graduação, sendo 31 noturnos e 10 a distância, além de 147
cursos de pós-graduação stricto sensu e 22 especializações lato sensu. Os cursos estão
divididos em quatro campi espalhados pelo Distrito Federal: Darcy Ribeiro (Plano Piloto),
Planaltina, Ceilândia e Gama. Os órgãos de apoio incluem o Hospital Universitário, a
Biblioteca Central, o Hospital Veterinário e a Fazenda Água Limpa.
Sua missão é ser uma instituição inovadora, comprometida com a excelência acadêmica,
científica e tecnológica, e formar cidadãos conscientes do seu papel transformador na
sociedade, respeitadas a ética e a valorização de identidade e culturas com
responsabilidade social.
Estar entre as melhores universidades do Brasil, inserida internacionalmente, com
excelência em gestão de processos que fortaleça o ensino, a pesquisa e a extensão, é a
visão de futuro da UnB.
Julgue o item seguinte, relativos aos sentidos e a aspectos linguísticos do texto CB4A1BBB.
No terceiro parágrafo, o adjetivo “respeitadas” encontra-se no plural porque concorda com
os termos “ética”, “valorização”, “identidades” e “culturas”.
Certo ou Errado?
No trecho “...e formar cidadãos conscientes do seu papel transformador na
sociedade, respeitadas a ética e a valorização de identidade e culturas com responsabilidade
social”, o termo “respeitadas” é um verbo na forma nominal particípio e está concordando com
“a ética e a valorização” apenas. Os termos “identidade” e “culturas” são complementos de
“valorização”, portanto não interferem na relação de concordância.
Gabarito: ERRADO
08
CEBRASPE (CESPE) - Escrivão de Polícia Federal/2018
No fim do sé**** XVIII e começo do XIX, a despeito de algumas grandes fogueiras, a
melancólica festa de punição de condenados foi-se extinguindo. Em algumas dezenas de
anos, desapareceu o corpo como alvo principal da repressão penal: o corpo supliciado,
esquartejado, amputado, marcado simbolicamente no rosto ou no ombro, exposto vivo ou
morto, dado como espetá****. Ficou a suspeita de que tal rito que dava um “fecho” ao
crime mantinha com ele afinidades espúrias: igualando-o, ou mesmo ultrapassando-o em
selvageria, acostumando os espectadores a uma ferocidade de que todos queriam vê-los
afastados, mostrando-lhes a frequência dos crimes, fazendo o carrasco se parecer com
criminoso, os juízes com assassinos, invertendo no último momento os papéis, fazendo do
supliciado um objeto de piedade e de admiração.
A punição vai-se tornando a parte mais velada do processo penal, provocando várias
consequências: deixa o campo da percepção quase diária e entra no da consciência
abstrata; sua eficácia é atribuída à sua fatalidade, não à sua intensidade visível; a certeza
de ser punido é que deve desviar o homem do crime, e não mais o abominável teatro.
Sob o nome de crimes e delitos, são sempre julgados corretamente os objetos jurídicos
definidos pelo Código. Porém julgam-se também as paixões, os instintos, as anomalias, as
enfermidades, as inadaptações, os efeitos de meio ambiente ou de hereditariedade.
Punem-se as agressões, mas, por meio delas, as agressividades, as violações e, ao mesmo
tempo, as perversões, os assassinatos que são, também, impulsos e desejos. Dir-se-ia que
não são eles que são julgados; se são invocados, é para explicar os fatos a serem julgados e
determinar até que ponto a vontade do réu estava envolvida no crime. As sombras que se
escondem por trás dos elementos da causa é que são, na realidade, julgadas e punidas.
O juiz de nossos dias — magistrado ou jurado — faz outra coisa, bem diferente de “julgar”.

E ele não julga mais sozinho. Ao longo do processo penal, e da execução da pena, prolifera
toda uma série de instâncias anexas. Pequenas justiças e juízes paralelos se multiplicaram
em torno do julgamento principal: peritos psiquiátricos ou psicológicos, magistrados da
aplicação das penas, educadores, funcionários da administração penitenciária fracionam o
poder legal de punir. Dir-se-á, no entanto, que nenhum deles partilha realmente do direito
de julgar; os peritos não intervêm antes da sentença para fazer um julgamento, mas para
esclarecer a decisão dos juízes. Todo o aparelho que se desenvolveu há anos, em torno da
aplicação das penas e de seu ajustamento aos indivíduos, multiplica as instâncias da
decisão judiciária, prolongando-a muito além da sentença.

A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto, julgue o item.
A expressão “Dir-se-á” poderia ser corretamente substituída por Será dito.
Certo ou Errado
No contexto “Dir-se-á, no entanto, que nenhum deles partilha realmente do direito de julgar”, o
verbo “Dir-se-á” está na voz passiva sintética e tem a partícula apassivadora em mesóclise por
estar conjugado no futuro do presente. A substituição sugerida é possível porque “Será dito” é o
mesmo verbo, no futuro, porém na voz passiva analítica, que é caracterizada por locução verbal
(verbo ser + verbo particípio).
Gabarito: CERTO
09
CEBRASPE (CESPE) - Assistente Administrativo Fazendário (SEFAZ RS)/2018
Texto
O homem primitivo procurava defender-se do frio e da fome abrigando-se em cavernas e
alimentando-se de frutos silvestres, ou do que conseguia obter da caça e da pesca.
Ao longo dos sé*****, passou a espécie humana a sentir a necessidade de maior conforto e
começou a reparar no seu semelhante. Assim, como decorrência das necessidades
individuais, surgiram as trocas. Sistemas de troca direta, que duraram vários sé*****,
ocasionaram o aparecimento de palavras como “salário” (pagamento feito por meio de
certa quantidade de sal) e “pecúnia” (do latim pecus, que significa rebanho de gado, ou
peculium, relativo a gado miúdo, como ovelha ou cabrito).
As primeiras moedas, peças que representavam valores, geralmente em metal, surgiram na
Lídia (atual Turquia), no sé**** VII a.C. As características que se desejava ressaltar eram
gravadas nas peças por meio da pancada de um objeto pesado (martelo), em primitivos
cunhos. Foi o surgimento da cunhagem a martelo, na qual os signos monetários eram
valorizados também pela nobreza dos metais empregados, como o ouro e a prata. Embora a
evolução dos tempos tenha levado à substituição do ouro e da prata por metais menos
raros ou suas ligas, preservou-se, com o passar dos sé*****, a associação dos atributos de
beleza e expressão cultural ao valor monetário das moedas, que quase sempre, na
atualidade, apresentam figuras representativas da história, da cultura, das riquezas e do
poder das sociedades.
A necessidade de guardar as moedas em segurança fez surgirem os bancos. Os negociantes
de ouro e prata, por terem cofres e guardas a seu serviço, passaram a aceitar a
responsabilidade de cuidar do dinheiro de seus clientes e a dar recibos escritos das
quantias guardadas. Esses recibos passaram, com o tempo, a servir como meio de
pagamento por seus possuidores, por serem mais seguros de portar do que o dinheiro vivo.
Assim surgiram as primeiras cédulas de papel moeda, ou cédulas de banco, ao mesmo
tempo em que a guarda dos valores em espécie dava origem a instituições bancárias.

A correção gramatical e os sentidos do texto seriam preservados caso a forma “preservouse”
fosse substituída por
a) foi preservada.
b) foram preservados.
c) teria sido preservada.
d) teriam sido preservados.
e) tinha sido preservada.
No contexto “preservou-se, com o passar dos sé*****, a associação dos atributos de beleza e
expressão cultural ao valor monetário das moedas”, o verbo “preservou-se” está na voz passiva
sintética, está conjugado no pretérito e tem como núcleo do seu sujeito a expressão
“associação”, que, por sua vez, é um substantivo feminino e está grafado no singular. As
alternativas apresentam locuções verbais para análise, porém, dentre elas, a única que está
conjugada no pretérito e concordando em gênero e número com o sujeito é a apresentada na
letra A: a associação dos atributos (...) foi preservada. Temos aí a forma verbal “preservou-se” na
voz passiva analítica.
Gabarito: A
10
CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (TRF 1ª Região)/Apoio Especializado/Taquigrafia/2017
Texto
O espaço urbano foi organizado de sorte a favorecer as operações de circulação, compra e
venda de mercadorias; e, ao mesmo tempo, nele se oferece ao consumo uma diversidade
de localizações, paisagens, topografias físicas e simbólicas que são de diferentes modos
incorporadas à dinâmica mercantil. Hoje, podemos talvez acrescentar que a cidade se
torna o lugar do consumismo e do consumismo de lugar. O que isso quer dizer e que
implicações isso tem para o compartilhamento da cidade como espaço público?
Sabemos que a cidade é o lugar preferencial da realização do consumismo de bens. Mas,
também, vale dizer que, com o advento do urbanismo competitivo, é o lugar do
consumismo de lugares, por meio das dinâmicas da cidade-espetá****, dos megaeventos e
do esforço de venda de imaginadores urbanos com suas obras fundadas em um culturalismo
de mercado. O planejamento estratégico do urbanismo de mercado propõe-se, na
atualidade, a realizar um esforço de venda macroeconômico dos lugares, o que faz do
consumismo de lugares um modo particular de articulação entre o rentismo imobiliário e a
competição interurbana por capitais. Para isso concorre o consumismo publicitário
privatizante dos espaços da cidade.
Por outro lado, conforme observa o economista Pierre Veltz, os novos requisitos da
espacialidade das empresas nas cidades exprimem hoje “o paradoxo segundo o qual os
recursos não mercantis não veem seu papel diminuir, mas, ao contrário, se afirmar e se
estender nas economias avançadas e concorrenciais”. Isso é exemplificado pela luta dos
pescadores artesanais da Associação Homens do Mar em defesa do caráter público da Baía
da Guanabara e pelas manifestações maciças de ciclistas pelo direito ao espaço público nas
cidades. Tratando-se de bens não mercantis em disputa, os conflitos por apropriação dos
recursos urbanos apresentam forte potencial de politização, seja na busca de acesso
equânime a ambientes saudáveis, seja na eliminação de controles policiais
discriminatórios.
Para Abba Lerner, Prêmio Nobel de Economia de 1954, toda transação econômica realizada
é um conflito político resolvido. Inversamente, podemos sustentar que toda disputa pelos
recursos não mercantis das cidades — saúde e saneamento, mobilidade, meio ambiente,
segurança — não redutível a relações de compra e venda configura conflitos políticos em
potencial.
Com relação aos sentidos do texto 4A2AAA, julgue o item a seguir.
No segundo período do terceiro parágrafo, os termos “pela luta”, “pelas manifestações” e
“pelo direito" funcionam como agentes da passiva.
Certo ou Errado?
Vejamos o trecho: “Isso é exemplificado pela luta dos pescadores artesanais da Associação
Homens do Mar em defesa do caráter público da Baía da Guanabara e pelas
manifestações maciças de ciclistas pelo direito ao espaço público nas cidades.”
Para lembrar, na voz passiva, o agente da passiva provoca a ação do verbo no sujeito da passiva.
No trecho, identificamos a voz passiva na expressão verbal “é exemplificado” e o seu sujeito é
“Isso”, sendo assim, mesmo estando distantes uma da outra, as expressões “pela luta” e “pelas
manifestações” são agentes da passiva. A expressão “pelo direito”, porém, é um adjunto
adnominal de “manifestações” e não agente da passiva.
Gabarito: ERRADO