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01
CEBRASPE (CESPE) - Analista Administrativo de Procuradoria (PGE PE)/Calculista/2019 O desejo por igualdade em nossos dias, ensejado pela Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, marco da modernidade, segundo Axel Honneth, advém de uma busca por autorrespeito. Para Honneth, houve uma conversão de demandas por distribuição igualitária em demandas por mais dignidade e respeito. O autor descreve o campo de ação social como o lócus marcado pela permanente luta entre os sujeitos por conservação e reconhecimento. O conflito, diz ele, força os sujeitos a se reconhecerem mutuamente e impulsiona a criação de uma rede normativa. Quer dizer, o estabelecimento da figura do sujeito de direitos constitui um mínimo necessário para a perpetuação da sociedade, porque é pelo respeito mútuo de suas pretensões legítimas que as pessoas conseguem se relacionar socialmente. Nesse contexto, a Lei Maria da Penha teria o papel de assegurar o reconhecimento das mulheres em situação de violências (incluída a psicológica) pelo direito; afinal, é constatando as obrigações que temos diante do direito alheio que chegamos a uma compreensão de cada uma(a) de nós como sujeitos de direitos. De acordo com Honneth, as demandas por direitos — como aqueles que se referem à igualdade de gênero ou relacionados à orientação sexual —, advindas de um reconhecimento anteriormente denegado, criam conflitos práticos indispensáveis para a mobilidade social. Isadora Vier Machado. Da dor no corpo à dor na alma: uma leitura do conceito de violência psicológica da Lei Maria da Penha. Internet: <http://pct.capes.gov.br> (com adaptações). A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir. A correção gramatical do texto seria comprometida se o termo “se” fosse posicionado após a forma verbal “referem”, da seguinte forma: referem-se. Certo Errado |
A Correção seria sim comprometida porque, no trecho “De acordo com Honneth, as demandas
por direitos — como aqueles que se referem à igualdade de gênero ou relacionados à orientação sexual...”, o pronome está precedido do vocábulo “que”, o qual atrai o pronome e ocasiona obrigatoriamente a próclise. Gabarito: CERTO |
02
CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário de Procuradoria (PGE PE)/2019 Como período e como crise, a época atual mostra-se, aliás, como coisa nova. Como período, as suas variáveis características instalam-se em toda parte e a tudo influenciam, direta ou indiretamente. Daí a denominação de globalização. Como crise, as mesmas variáveis construtoras do sistema estão continuamente chocando-se e exigindo novas definições e novos arranjos. Trata-se, porém, de uma crise persistente dentro de um período com características duradouras, mesmo que novos contornos apareçam. O mesmo sistema ideológico que justifica o processo de globalização e que ajuda a considerá-lo o único caminho histórico acaba, também, por impor certa visão da crise e a aceitação dos remédios sugeridos. Em razão disso, todos os países, lugares e pessoas passam a se comportar, isto é, a organizar sua ação, como se tal “crise” fosse a mesma para todos e como se a receita para a afastar devesse ser geralmente a mesma. Na verdade, porém, a única crise que os responsáveis desejam afastar é a crise financeira, e não qualquer outra. Aí está, na verdade, uma causa para mais aprofundamento da crise real — econômica, social, política, moral — que caracteriza o nosso tempo. Milton Santos. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 27.a ed. Rio de Janeiro: Record, 2017, p. 34-6 (com adaptações). Julgue o item a seguir, com relação às ideias, aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto anterior. A correção gramatical do texto seria mantida caso, no trecho “passam a se comportar”, o vocábulo “se” fosse deslocado para depois da forma verbal “comportar”, da seguinte maneira: passam a comportar-se. Certo Errado |
Por termos um verbo no infinitivo impessoal, como é o caso de “comportar”, o pronome poderá
tanto ser grafado antes (próclise) ou depois (ênclise) dele, mesmo havendo uma preposição entre os verbos da locução como é o caso. Vale destacar que, se houver alguma palavra que exija a próclise antes da locução verbal, o pronome poderá ficar antes da locução (se fazer ouvir) ou depois dela (fazer ouvir-se). Gabarito: CERTO |
03
CEBRASPE (CESPE) - Procurador Municipal de Campo Grande/2019 Nunca os litígios estruturais estiveram tão em voga no Brasil. Uma confluência de fatores contribui para tanto. Entre eles, é possível mencionar o avanço na conscientização da luta pela implementação de direitos — decorrente tanto da amplitude do texto constitucional de 1988 quanto das inovações tecnológicas de comunicação que estendem sua divulgação — , o crescimento expressivo do número de profissionais do direito dispostos a litigar essa espécie de causas e o deslocamento do eixo de poder em favor do Poder Judiciário. Garantida sua autonomia, era previsível que o Poder Judiciário, elevado ao papel de guardião do texto constitucional, expandisse sua atuação para searas antes inauditas. Curiosamente, essa é uma revolução silenciosa, pelo menos do ponto de vista prático: ressalvados casos específicos, boa parte dos operadores envolvidos em um processo relativo a um litígio estrutural sequer percebe, conscientemente, sua posição. A teoria brasileira sobre o assunto, desenvolvida pelos estudiosos, apesar de existente, ainda não se pode dizer disseminada. E. V. D. Lima. Litígios estruturais: decisão e implementação de mudanças socialmente relevantes pela via processual. In: Marco Félix Jobim e Sérgio Cruz Arenhart (Org.). Processos estruturais. 1.a ed. Salvador: Editora Juspodivm, v. 1, 2017, p. 369-422 (com adaptações). Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir. O deslocamento do termo “se” para imediatamente após a forma verbal “pode” — pode- se — comprometeria a correção gramatical do texto. Certo Errado |
No contexto “A teoria brasileira sobre o assunto, desenvolvida pelos estudiosos, apesar de
existente, ainda não se pode dizer disseminada.“, uma vez que há um advérbio de negação antes do verbo “pode”, que atrai o pronome, a próclise é obrigatória e, com isso, a alteração proposta na afirmativa comprometeria a correção gramatical do texto. Gabarito: CERTO |
04
CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (STM)/Apoio Especializado/Revisão de Texto/2018 Está demonstrado, portanto, que o revisor errou, que se não errou confundiu, que se não confundiu imaginou, mas venha atirar-lhe a primeira pedra aquele que não tenha errado, confundido ou imaginado nunca. Errar, disse-o quem sabia, é próprio do homem, o que significa, se não é erro tomar as palavras à letra, que não seria verdadeiro homem aquele que não errasse. Porém, esta suprema máxima não pode ser utilizada como desculpa universal que a todos nos absolveria de juízos coxos e opiniões mancas. Quem não sabe deve perguntar, ter essa humildade, e uma precaução tão elementar deveria tê-la sempre presente o revisor, tanto mais que nem sequer precisaria sair de sua casa, do escritório onde agora está trabalhando, pois não faltam aqui os livros que o elucidariam se tivesse tido a sageza e prudência de não acreditar cegamente naquilo que supõe saber, que daí é que vêm os enganos piores, não da ignorância. Nestas ajoujadas estantes, milhares e milhares de páginas esperam a cintilação duma curiosidade inicial ou a firme luz que é sempre a dúvida que busca o seu próprio esclarecimento. Lancemos, enfim, a crédito do revisor ter reunido, ao longo duma vida, tantas e tão diversas fontes de informação, embora um simples olhar nos revele que estão faltando no seu tombo as tecnologias da informática, mas o dinheiro, desgraçadamente, não chega a tudo, e este ofício, é altura de dizê-lo, inclui-se entre os mais mal pagos do orbe. Um dia, mas Alá é maior, qualquer corrector de livros terá ao seu dispor um terminal de computador que o manterá ligado, noite e dia, umbilicalmente, ao banco central de dados, não tendo ele, e nós, mais que desejar que entre esses dados do saber total não se tenha insinuado, como o diabo no convento, o erro tentador. Seja como for, enquanto não chega esse dia, os livros estão aqui, como uma galáxia pulsante, e as palavras, dentro deles, são outra poeira cósmica flutuando, à espera do olhar que as irá fixar num sentido ou nelas procurará o sentido novo, porque assim como vão variando as explicações do universo, também a sentença que antes parecera imutável para todo o sempre oferece subitamente outra interpretação, a possibilidade duma contradição latente, a evidência do seu erro próprio .Aqui, neste escritório onde a verdade não pode ser mais do que uma cara sobreposta às infinitas máscaras variantes, estão os costumados dicionários da língua e vocabulários, os Morais e Aurélios, os Morenos e Torrinhas, algumas gramáticas, o Manual do Perfeito Revisor, vademeco de ofício [...]. José Saramago. História do cerco de Lisboa. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 25-6. Com relação à variação linguística bem como aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto, julgue o item. A colocação pronominal observada no trecho “não se tenha insinuado” é frequente tanto na língua escrita, sendo utilizada em textos literários, artigos científicos e textos oficiais, quanto na variedade padrão formal falada no Brasil, como a utilizada em telejornais. Certo Errado |
No sintagma analisado, ocorre a próclise porque há um advérbio de negação precedendo a
locução. Na linguagem escrita no padrão formal da língua, esse tipo de colocação pronominal é largamente utilizado, apesar de ela não ser obrigatória quando se tratar de textos literários, em que o autor tem certa liberdade na criação de seus textos. Mas, quando se trata da linguagem falada, ainda que seja a empregada em telejornais, ela não é muito comum. A linguagem empregada nesse tipo de veí**** de comunicação é falada e voltada para aproximar o ouvinte, seja ele mais culto e conhecedor da linguagem formal ou não. Gabarito: ERRADO |
05
CEBRASPE (CESPE) - Enfermeiro (IHB DF)/2018 Nasci no Brás, durante a Segunda Guerra. Da rua em que morávamos até a Praça da Sé, são vinte minutos de caminhada. Quando estava com sete anos, acordei com os olhos inchados, e meu pai me levou ao pediatra. Ao voltarmos, o futebol ininterrupto que jogávamos com bola de borracha na porta da fábrica em frente parou e a molecada correu até nós. Queriam saber se era verdade que os médicos davam injeções enormes na bunda das crianças. Nenhum daqueles filhos de operários, meus irmãos ou eu havia ido ao pediatra; só os fortes sobreviviam, a morte de crianças era aceita com resignação. Em várias regiões do país, a mortalidade infantil ultrapassava uma centena para cada mil nascidos. Se a assistência médica não chegava efetivamente ao Brás fabril, o primeiro bairro da zona leste, encostado no centro da cidade que mais crescia na América Latina, que cuidados recebiam aqueles da zona rural, que constituíam mais de 70% da população? Sarampo, caxumba, catapora, difteria e tosse comprida eram doenças da infância, tão inevitáveis quanto a noite e o dia. Qualquer episódio de febre que deixasse a criança apática enlouquecia as mães, apavoradas pelo fantasma onipresente da poliomielite. O som metálico das próteses que acompanhava os passos de meninas e meninos era ouvido em toda parte. No pronto-socorro de pediatria, os bebês com diarreia e desidratação eram atendidos em uma sala com trinta berços, ao lado dos quais as mães passavam os dias e as noites em vigília. Morriam quatro ou cinco em cada plantão de 12 horas. Em 1988, o SUS passou a fazer parte da Constituição Federal. Nós nos tornamos o único país com mais de 100 milhões de habitantes que ousou oferecer saúde para todos. Apesar de termos nos esquecido de onde sairiam os recursos para tamanho desafio, dos descasos, das interferências políticas, hoje são raras as crianças sem acesso a pediatra. Em contraste com as imagens de unidades de saúde caindo aos pedaços e prontos- socorros com doentes no chão, as equipes do Saúde da Família atendem, de casa em casa, a maior parte do país continental. Temos o maior programa gratuito de vacinações e de transplante de órgãos do mundo. A distribuição universal de medicamentos contra HIV não só impediu que a epidemia se transformasse em catástrofe nacional, como serviu de base para o combate em países da África e da Ásia. Se pensarmos que, nos tempos desassistidos de minha infância, o Brasil tinha 50 milhões de habitantes, enquanto hoje somos 200 milhões, a assistência médica deu um salto quantitativo e de qualidade muito superior ao de outras áreas sociais, apesar de todas as deficiências gerenciais. Drauzio Varella. Os visionários do SUS. 14/12/2015. Internet: <https://drauziovarella.com.br> (com adaptações). A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto, julgue o item a seguir. A correção gramatical do texto seria preservada caso se substituísse “nos tornamos” por tornamo-nos. Certo Errado |
No trecho “Nós nos tornamos o único país com mais de 100 milhões de habitantes...”, o
pronome oblíquo “nos” está precedendo o verbo, mas não há obrigatoriedade da próclise. Sendo assim, a correção gramatical seria preservada se a colocação do pronome fosse em ênclise. Obs.: precisamos ficar muito atentos ao enunciado da questão, pois, por vezes, a banca afirma que a correção seria preservada e, por outras, afirma que a correção seria prejudicada. Note que as duas palavras “preservada” e “prejudicada”, se a leitura for desatenta, podem ser confundidas, o que pode nos levar a julgar a afirmação incorretamente. Gabarito: CERTO |
06
CEBRASPE (CESPE) - Técnico de Enfermagem (IHB DF)/2018 Surpresas fazem parte da rotina de um socorrista. Quando um chamado chega via 192, as informações nem sempre vêm de acordo com a real situação. Às vezes, é menos grave do que se dizia. Em outras, o interlocutor — por pânico ou desconhecimento — não dá nem conta de descrever a gravidade do caso. Quase sempre, condutores, técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos saem em disparada, ambulância cortando o trânsito, sirenes ligadas, para atender a alguém que nunca viram. Mas podem chegar à cena e encontrar um amigo. Estão preparados. O espaço para a emoção é pequeno em um serviço que só funciona se apoiado em seu princípio maior: a técnica. Internet: <https://especiais.zh.clicrbs.com.br>. Considerando os aspectos linguísticos do texto precedente e as informações nele veiculadas, julgue o item. A correção gramatical do texto seria prejudicada caso se deslocasse a partícula “se”, em “se dizia”, para imediatamente após a forma verbal: dizia-se. Certo Errado |
Devido à presença do vocábulo “que” antes do verbo, como vemos no contexto “Às vezes, é
menos grave do que se dizia.”, vocábulo esse que atrai o pronome exigindo a próclise, podemos afirmar que a correção gramatical seria prejudicada. Gabarito: CERTO |
07
CEBRASPE (CESPE) - Auditor Estadual (TCM-BA)/Controle Externo/2018 Ainda existem pessoas para as quais a greve é um “escândalo”: isto é, não só um erro, uma desordem ou um delito, mas também um crime moral, uma ação intolerável que perturba a própria natureza. “Inadmissível”, “escandalosa”, “revoltante”, dizem alguns leitores do Figaro, comentando uma greve recente. Para dizer a verdade, trata-se de uma linguagem do tempo da Restauração, que exprime a sua mentalidade profunda. É a época em que a burguesia, que assumira o poder havia pouco tempo, executa uma espécie de junção entre a moral e a natureza, oferecendo a uma a garantia da outra. Temendo-sea a naturalização da moral, moraliza-se a natureza; finge-se confundirb a ordem política e a ordem natural, e decreta-sec imoral tudo o que conteste as leis estruturais da sociedade que se quer defenderd . Para os prefeitos de Carlos X, assim como para os leitores do Figaro de hoje, a greve constitui, em primeiro lugar, um desafio às prescrições da razão moralizada: “fazer greve é zombar de todos nós”, isto é, mais do que infringir uma legalidade cívica, é infringir uma legalidade “natural”, atentar contra o bom senso, misto de moral e lógica, fundamento filosófico da sociedade burguesa. Nesse caso, o escândalo provém de uma ausência de lógica: a greve é escandalosa porque incomoda precisamente aqueles a quem ela não diz respeito. É a razão que sofre e se revolta: a causalidade direta, mecânica, essa causalidade é perturbada; o efeito se dispersa incompreensivelmente longe da causa, escapa-lhe, o que é intolerável e chocante. Ao contrário do que se poderia pensar sobre os sonhos da burguesia, essa classe tem uma concepção tirânica, infinitamente suscetível, da causalidade: o fundamento da moral que professa não é de modo algum mágico, mas, sim, racional. Simplesmente, trata-se de uma racionalidade linear, estreita, fundada, por assim dizer, numa correspondência numérica entre as causas e os efeitos. O que falta a essa racionalidade é, evidentemente, a ideia das funções complexas, a imaginação de um desdobramento longínquo dos determinismos, de uma solidariedade entre os acontecimentos, que a tradição materialista sistematizou sob o nome de totalidade. Roland Barthes. O usuário da greve. In: R. Barthes. Mitologias. Tradução de Rita Buongermino, Pedro de Souza e Rejane Janowitzer. Rio de Janeiro: DIFEL, 2007, p. 135-6 (com adaptações). Seriam mantidos os sentidos e a correção gramatical do texto caso se substituísse o trecho a) “Temendo-se” por Se temendo. b) “finge-se confundir” por finge confundir-se. c) “decreta-se”por se decreta. d) “que se quer defender” por que quer defender-se. e) “se poderia pensar” por poderia-se pensar. |
Procuramos nessa questão (atenção ao enunciado) a alternativa em que a alteração da
colocação pronominal mantenha não só a correção gramatical como também o sentido original da frase. Vejamos: A - “Temendo-se” por Se temendo. Incorreta – no trecho “Temendo-se a naturalização da moral, moraliza-se a natureza”, não pode ocorrer a próclise porque a alteração feriria a regra gramatical de que não se inicia oração com pronome. B - “finge-se confundir” por finge confundir-se. Incorreta – a alteração aqui é possível, ou seja, não feriria a correção gramatical, mas geraria modificação no sentido da frase. Isso porque, no contexto “...moraliza-se a natureza; finge-se confundir a ordem política e a ordem natural”, temos a ideia de que se finge a ação de confundir a ordem política e a natural, sendo o vocábulo “se” um índice de indeterminação do sujeito. Já no trecho com a alteração da posição do pronome “finge confundir-se”, o vocábulo é pronome reflexivo, a ideia é de que alguém finge estar confuso. C - “decreta-se” por se decreta. CORRETA – no trecho “...e decreta-se imoral tudo o que conteste as leis estruturais da sociedade...” tanto o pronome pode ocorrer em ênclise como em próclise, não havendo impedimento ou obrigatoriedade para quaisquer das duas. D - “que se quer defender” por que quer defender-se. Incorreta – em “...tudo o que conteste as leis estruturais da sociedade que se quer defender.”, o vocábulo “se” é um índice de indeterminação do sujeito e a ideia é de que alguém quer defender as leis estruturais da sociedade. Porém, com a modificação sugerida, o trecho manteria a correção gramatical, com o pronome em ênclise em relação ao verbo no infinitivo, mas haveria alteração do sentido, pois a ideia seria de que alguém quer se defender, já que o vocábulo seria um pronome seria reflexivo. E - “se poderia pensar” por poderia-se pensar. Incorreta – a modificação não é permitida porque, quando se tem o verbo no futuro do pretérito, que é o caso de “poderia”, ou no futuro do presente, o pronome ocorre na posição mesoclítica: poder-se-ia. Portanto o emprego de “poderia-se” fere a correção gramatical. Mesmo que a alteração sugerida fosse permitida, ela não poderia ocorrer porque, no contexto “Ao contrário do que se poderia pensar sobre os sonhos...”, a locução verbal está precedida do vocábulo “que”, situação que faz com o pronome somente possa ser empregado em próclise ou após o verbo principal: poderia pensar-se. Gabarito: C |
08
CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (STJ)/Judiciária/"Sem Especialidade"/2018 No pensamento filosófico da Antiguidade, a dignidade (dignitas) da pessoa humana era alcançada pela posição social ocupada pelo indivíduo, bem como pelo grau de reconhecimento dos demais membros da comunidade. A partir disso, poder-se-ia falar em uma quantificação (hierarquia) da dignidade, o que permitia admitir a existência de pessoas mais dignas ou menos dignas. Frise-se que foi a partir das formulações de Cícero que a compreensão de dignidade ficou desvinculada da posição social. O filósofo conferiu à dignidade da pessoa humana um sentido mais amplo ligado à natureza humana: todos estão sujeitos às mesmas leis da natureza, que proíbem que uns prejudiquem aos outros. No círculo de pensamento jusnaturalista dos sé***** XVII e XVIII, a concepção da dignidade da pessoa humana passa por um procedimento de racionalização e secularização, mantendo-se, porém, a noção básica da igualdade de todos os homens em dignidade e liberdade. Nesse período, destaca-se a concepção de Emmanuel Kant de que a autonomia ética do ser humano é o fundamento da dignidade do homem. Incensurável é a permanência da concepção kantiana no sentido de que a dignidade da pessoa humana repudia toda e qualquer espécie de coisificação e instrumentalização do ser humano. Antônio da Rocha Lourenço Neto. Direito e humanismo: visão filosófica, literária e histórica. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2013, p.148-9 (com adaptações). Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto, julgue o item. A correção do texto seria mantida caso o pronome “se”, em “poder-se-ia falar”, fosse deslocado para imediatamente após a forma verbal “falar”, escrevendo-se poderia falar- se. Certo Errado |
Como vimos em outras questões, quando se tem o verbo no infinitivo, o pronome pode ocorrer
tanto em próclise quanto em ênclise em relação a ele, portanto a alteração seria possível e a correção do texto seria mantida. Gabarito: CERTO |
09
CEBRASPE (CESPE) - Analista Portuário I (EMAP)/Administrativa/2018 (e mais 10 concursos) O Juca era da categoria das chamadas pessoas sensíveis, dessas a que tudo lhes toca e tange. Se a gente lhe perguntasse: “Como vais, Juca?”, ao que qualquer pessoa normal responderia “Bem, obrigado!” — com o Juca a coisa não era assim tão simples. Primeiro fazia uma cara de indecisão, depois um sorriso triste contrabalançado por um olhar heroicamente exultante, até que esse exame de consciência era cortado pela voz do interlocutor, que começava a falar chãmente em outras coisas, que, aliás, o Juca não estava ouvindo... Porque as pessoas sensíveis são as criaturas mais egoístas, mais coriáceas, mais impenetráveis do reino animal. Pois, meus amigos, da última vez que vi o Juca, o impasse continuava... E que impasse! Estavam-lhe ministrando a extrema-unção. E, quando o sacerdote lhe fez a tremenda pergunta, chamando-o pelo nome: “Juca, queres arrepender-te dos teus pecados?”, vi que, na sua face devastada pela erosão da morte, a Dúvida começava a redesenhar, reanimando-a, aqueles seus trejeitos e caretas, numa espécie de ridícula ressurreição. E a resposta não foi “sim” nem “não”; seria acaso um “talvez”, se o padre não fosse tão compreensivo. Ou apressado. Despachou-o num átimo e absolvido. Que fosse amolar os anjos lá no Céu! E eu imagino o Juca a indagar, até hoje: — Mas o senhor acha mesmo, sargento Gabriel, que ele poderia ter-me absolvido? Mário Quintana Prosa & Verso Porto Alegre: Globo, 1978, p 65 (com adaptações) A respeito das estruturas linguísticas do texto, julgue o próximo item. Sem prejuízo para a correção gramatical e para o sentido do texto, o trecho “que ele poderia ter-me absolvido” poderia ser assim reescrito: que ele poderia ter absolvido-me. Certo Errado |
Sempre que houver uma locução verbal em que o verbo esteja no particípio, como é o caso de
“absolvido”, o pronome não poderá ser colocado após ele. Ou ocorrerá próclise na locução verbal se ela for precedida de elemento que exija a próclise (me ter absolvido), ou ocorrerá que o pronome ficará em ênclise no verbo auxiliar (ter-me absolvido). Sendo assim, a construção “que ele poderia ter absolvido-me” causaria prejuízo para a correção do texto. Gabarito: ERRADO |
10
CEBRASPE (CESPE) - Professor de Educação Básica (SEDF)/Língua Portuguesa/2017 Meu querido neto Mizael, Recebi a sua cartinha. Ver que você se tem adiantado muito me deu muito prazer. Fiquei muito contente quando sua mãe me disse que em princípio de maio estarão cá, pois estou com muitas saudades de vocês todos. Vovó te manda muitas lembranças. A menina de Zulmira está muito engraçadinha. Já tem 2 dentinhos. Com muitas saudades te abraça sua Dindinha e Amiga, Bárbara Carta de Bárbara ao neto Mizael (carta de 1883). Corpus Compartilhado Diacrônico: cartas pessoais brasileiras. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Letras. Internet: <www.tycho.iel.unicamp.br> (com adaptações). Julgue o item seguinte, a respeito do texto precedente. A próclise observada em todas as ocorrências dos pronomes oblíquos átonos no texto é atestada no português brasileiro coloquial. Certo Errado |
Antes de iniciarmos, uma dica: desconfie sempre que constar na afirmativa algo como “todas as
ocorrências” em um texto. Por menor que um texto seja, todas as ocorrências de determinado elemento seguirem a mesma regra é muito difícil. Pode até ocorrer, mas como um recurso estilístico de determinado autor, algo que ele tenha feito premeditadamente, nesse caso, é muito fácil perceber que se trata da intenção do autor. Analisando as ocorrências, temos: Ver que você se tem adiantado muito me deu muito prazer. “se tem adiantado” é uma locução verbal com verbo principal no particípio, nesse caso o pronome pode ser colocado antes da locução ou após o verbo auxiliar. Essa última construção é considerada mais comum na linguagem coloquial: tem se adiantado. “Ver que você se tem adiantado muito me deu muito prazer.” Próclise do pronome “me” devido ao advérbio de intensidade “muitos”. Pode ser considerada comum na linguagem coloquial. “Fiquei muito contente quando sua mãe me disse que em princípio de maio estarão cá...” “Vovó te manda muitas lembranças.” A próclise nessas duas frases é facultativa porque há sujeito explícito antes do verbo. Ambas as construções são típicas da linguagem coloquial “Com muitas saudades te abraça sua Dindinha e Amiga, Bárbara” A expressão “Com muitas saudades” é um adjunto adverbial e, como tal, atrai o pronome, ocasionando a próclise. Não é uma estrutura comum na linguagem coloquial. Gabarito: ERRADO |