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O processo de Independência produziu uma politização das ruas, e o desenvolvimento de uma opinião pública embrionária, delineando uma esfera pública emergente no Rio de Janeiro, e, em menor escala, em algumas outras cidades também importantes, como Salvador e Recife
CERTO. Como afirma Basille, a independência coincidiu com a ampliação da imprensa no Brasil, com diversos jornais sendo publicados nas cidades mais importantes, quase sempre de cunho liberal. Tais publicações, bem como panfletos tratando de assuntos políticos específicos, permitiram a ampliação da opinião pública, ao menos nos grandes centros.
(CESPE/2008) O Parlamento fez graves críticas a D. Pedro, por entender que ele sacrificou a expansão das manufaturas mediante acordos de comércio com países capitalistas mais avançados.
CERTO. O item retrata a repreenda à Lei Bernardo Pereira de Vasconcelos, de 1828, que renovou os tratados de 1810, que concediam à Inglaterra preferências tarifárias. Essa lei ampliou tais preferências às outras nações, prejudicando a arrecadação do Império brasileiro.
(CESPE/2008) A Constituição de 1824 consagrou democraticamente a vontade nacional, que se expressou por meio dos representantes junto à Assembléia Constituinte.
ERRADO. Falar em democracia nessa época já seria um erro em qualquer lugar do mundo. Além disso, no episódio da “noite da agonia”, Dom Pedro I dissolveu a Assembleia Constituinte, que havia aprovado a Constituição da Mandioca, e outorgou a Constituição de 1824.
(CESPE/2008) A Constituição de 1824 descuidou da educação popular ao não fixar o preceito da gratuidade para o ensino primário.
ERRADO. A Constituição de descuidou da educação popular ao não fixar o preceito da gratuidade para o ensino primário.
(CESPE/2008) No Congresso do Panamá de 1826, em que se discutiu a ordem hemisférica, a delegação brasileira fez a defesa da guerra que o governo movia contra Buenos Aires pela posse da Província Cisplatina.
ERRADO. O Brasil nem sequer participou do Congresso do Panamá.
(CESPE/2017) Originalmente uma questão concernente apenas ao eixo das relações simétricas entre os Estados envolvidos, a Guerra da Cisplatina encerrou-se com a interferência de uma potência externa ao conflito.
CERTO. Para Rubens Ricupero, em seu ensaio para a coleção História do Brasil Nação v.1, “Embora nunca tivesse sido totalmente efetivo, o bloqueio brasileiro do Porto de Buenos Aires ocasionou graves perdas ao comércio de portenhos e britânicos, tendo sido a razão principal da determinação de Canning (representante inglês) de liquidar o conflito”.
(CESPE/2005) O surgimento do Estado nacional brasileiro em 1822, em face da decisão do príncipe regente, configurou-se como um indiscutível processo revolucionário, visto que foram rompidos padrões essenciais que sustentaram os três sé***** de dominação colonial.
ERRADO. Não houve ruptura com os padrões que sustentaram a dominação colonial (produção agrícola latifundiária para o mercado externo, assentada na mão de obra escrava, sob liderança de uma elite político-econômico. Tampouco a Independência do Brasil foi um processo revolucionário.
(CESPE/2003) A manutenção das relações escravistas de produção, mesmo após a independência, explica-se pela configuração, naquele momento, do capitalismo mundial, o qual, impulsionado pelos negócios britânicos, exigia a expansão do consumo nas regiões periféricas do sistema.
ERRADO. O instituto da escravidão não mantinha relação direta com a expansão do capitalismo na Grã-Bretanha. O item torna-se ainda mais errado, pois não há relação entre a expansão do consumo com a mão de obra escrava (que não é remunerada).
(CESPE/2003) A novidade trazida pelo café, tal como se pode deduzir do texto, consistia na incorporação de conceitos e métodos capitalistas modernos nas fazendas do Vale do Paraíba, o que explica a posição de liderança do produto na pauta de exportações brasileiras já na década de 30 do sé**** XIX.
ERRADO. Não havia métodos capitalistas modernos na produção cafeeira do Vale do Paraíba. Essa produção apenas reproduzia a estrutura que vinha sendo implementada na produção do açúcar e na exploração mineral. Quando a produção se intensifica no Oeste de São Paulo, no entanto, é possível verificar modernizações tecnológicas (ferrovias) e de trabalho (imigrantes assalariados).
(CESPE/2003) O texto reitera o caráter inovador — e, sob determinado prisma, revolucionário — do café no contexto da economia brasileira na primeira metade do sé**** XIX, a começar pela mudança que esse cultivo impôs nas formas de trabalho e pelo volume de sua exportação.
ERRADO. Não houve alteração nas formas de trabalho. A escravidão foi mantida como mão de obra nas fazendas de café até o final do sé**** XIX.
(CESPE/2003) A onda revolucionária que tomou conta da Europa a partir da Revolução Francesa e que se expressou nos movimentos de 1820, 1830 e 1848 também repercutiu no Brasil, a exemplo da própria independência — na esteira da Revolução do Porto — e da abdicação de D. Pedro I, em 1831.
CERTO. As revoluções europeias tiveram forte influência no Brasil. Em 1820, a Revolução do Porto foi fundamental para que se desencadeassem os anseios por independência no Brasil (pois as Cortes de Lisboa demandavam a restituição da submissão brasileira Portugal). Por sua vez, as revoltas de 1830 na França estimularam a pressão brasileira sobre o Imperador que, no limite, abdicou ao trono, em 1831.
(CESPE/2015) As elites brasileiras que assumiram o poder em 1822 organizaram um sistema político com eleições indiretas, baseadas no voto censitário, excluindo a grande maioria da população do processo eleitoral; a criação da Guarda Nacional veio propiciar às classes proprietárias a força policial necessária à manutenção do poder local.
CERTO. De acordo com o Manual de História do Brasil da FUNAG, “a criação da Guarda Nacional, em 1831, pode ser entendida como uma panaceia de dupla eficácia. Se, de um lado, a criação da Guarda pelo ministro da Justiça, Diogo Antônio Feijó, teria caráter liberalizante ao definir como eletivo o critério de comando do poder repressivo, agora descentralizado, de outro, era necessária uma força capaz de reprimir movimentos populares, não raro apoiados por setores do Exército, e que fosse imune aos caramurus e aos exaltados – a Guarda Nacional. Estava vedada a participação de ****** ou libertos, bem como dos que não tivessem renda suficiente para participar das eleições. Nas palavras de um autor clássico, tratava-se de um “Minotauro” em sua duplicidade (Uricochea, 1978). Delegava a grupos privados da elite uma função pública: a segurança; e, se de um lado havia o caráter liberal descentralizador, de outro havia por objetivo manter a ordem e reprimir movimentos populares”.
(IADES/2019) Decorrida de forma pacífica e sem grandes abalos, a Independência do Brasil apoiava-se na existência de uma elite política homogênea, com uma base social firme e um projeto claro para a nova nação, na forma de uma monarquia constitucional de base econômica escravocrata.
ERRADO. A elite política brasileira não era homogênea, com diferenças entre as elites periféricas e as elites do Rio de Janeiro. Tais distinções vão resultar em disputas no momento da Independência, podendo-se afirmar que esse processo não foi pacífico e sem abalos.
(IADES/2019) A dissolução da Assembleia Constituinte por D. Pedro I, no episódio conhecido como "Noite da Agonia", foi motivada pelo impasse entre o imperador e a maioria dos constituintes, que buscavam limitar o Poder Executivo do monarca. Ecoando como uma clara demonstração do poder do imperador e da influência dos burocratas que o cercavam - muitos deles portugueses -, esse atos discricionários do soberano alimentaram movimentos provinciais federativos e republicanos, cujo desdobramento mais candente foi a Confederação do Equador, proclamada pouco tempo depois da Constituição Outorgada de 1824.
CERTO. D. Pedro I praticou diversos atos discricionários durante o seu Império no Brasil. Entre eles, na chamada "Noite da Agonia", o Imperador dissolveu a Assembleia Constituinte frente à possibilidade de limitação do seu poder pela "Constituição da Mandioca". Posteriormente, ele impôs a Constituição do Império de 1824. Consequentemente, essa postura do monarca levou à uma série de insatisfações por todo Brasil. Entre elas, a Confederação do Equador de 1824 pleiteou o fim do Poder Moderador e a eleição do presidente da província.
(IADES/2019) Apesar de certa desconfiança em vista da adoção do regime monárquico de governo, a lndependência do Brasil tardou poucos anos a ser reconhecida pelas repúblicas sul-americanas e pelos Estados Unidos. Também na África, a notícia foi recebida com entusiasmo por muitas lideranças locais, sendo africana a primeira monarquia a reconhecer a Independência do Brasil.
CERTO. A questão está em consonância com a historiografia mais recente sobre o tema. Existem debates se fora os Estados Unidos, Argentina ou Benim o primeiro a reconhecer a independência. No entanto, é incontestável que este último foi a primeira monarquia a fazê-lo.
(CESPE/2014) Criação brasileira e sem fundamentação teórica consistente, o Poder Moderador acabou por ser responsável direto pelas crises políticas que, recorrentes em todo o Primeiro Reinado, acabaram por levar D. Pedro I à abdicação.
ERRADO. O erro da questão está em afirmar que não havia fundamentação teórica consistente para o conceito de Poder Moderador. Conforme Boris Fausto, em História do Brasil, “O Poder Moderador provinha de uma ideia do escritor francês Benjamin Constant, cujos livros eram lidos por dom Pedro e por muitos políticos da época. Benjamin Constant defendia a separação entre o Poder Executivo, cujas atribuições caberiam aos ministros do rei, e o poder propriamente imperial, Chamado de neutro ou moderador, o rei não interviria na política e na administração do dia a dia e teria o papel de moderar as disputas mais sérias e gerais, interpretando “a vontade e o interesse nacional”. No Brasil, o Poder Moderador não foi tão claramente separado do Executivo. Disso resultou uma concentração de atribuições nas mãos do imperador”.
(CESPE/2014) A opção pela monarquia, no momento da independência do Brasil, é entendida como estratégia para facilitar a preservação da unidade do país em torno da figura do imperador e para a manutenção da ordem social, em contraste com a fragmentação na antiga área de dominação espanhola.
CERTO. A manutenção do sistema monárquico após a emancipação vai ao encontro da manutenção da estabilidade institucional e territorial do país. Nesse contexto, a adoção do sistema de Repúblicas foi um dos fatores a contribuir para a fragmentação das colônias hispânicas.
(CESPE/2014) A crise política dos primeiros tempos do Brasil independente teve sua expressão máxima na dissolução da Assembleia Constituinte, razão pela qual a Constituição de 1824, outorgada, afastava-se do contexto histórico da época ao não incorporar elementos da nova ordem política nascida dos movimentos revolucionários liberais burgueses.
ERRADO. A Constituição de 1824, outorgada por D. Pedro I, continha todos os direitos civis e políticos reconhecidos nos países europeus. Isso quer dizer que ela não se afastava, como afirma o item, da nova ordem política implementada pelos movimentos liberais.
(CESPE/2018) A Constituição de 1824 foi elaborada com base no projeto votado pela Assembleia Constituinte e Legislativa, fechada por D. Pedro I no ano anterior. Seu texto foi enviado para as câmaras municipais das principais cidades do Império, as quais juraram cumpri-la sem contestações.
ERRADO. A constituição de 1824 foi outorgada pelo imperador, o qual incorporou, sim, muitos dos elementos da Constituinte de 1823, mas negou-se a, efetivamente, ouvir o que diziam as Câmaras Municipais. Caso contrário não teria ocorrido a Confederação do Equador (1824), movimento marcadamente avesso à referida constituição.
(CESPE/2018)A política exterior adotada pelo Império no Primeiro Reinado recebeu duras críticas da Câmara dos Deputados. A condução da Guerra Cisplatina, o envolvimento com as questões da sucessão portuguesa e os termos dos tratados de amizade foram retratados na tribuna como fruto do governo pessoal e centralizador de D. Pedro I.
CERTO. A política externa adotada por dom Pedro I foi um dos motivos principais de desgaste que culminaram na abdicação ao trono, em 1831.
(CESPE/2018) D. Pedro I declarou guerra às Províncias Unidas do Rio da Prata após a aceitação da incorporação da Banda Oriental, província da Cisplatina para os brasileiros, pelo congresso argentino, em 1825. As forças dos adversários se equilibravam e a prolongação indefinida do conflito levou à intervenção da Inglaterra. A violência do recrutamento forçado para a guerra, os altos custos financeiros e a desmoralização do império frente a um adversário supostamente mais fraco acirraram a oposição interna ao monarca brasileiro.
CERTO. Em diálogo com o Congresso das Províncias Unidas, os 33 Orientales acordam a possibilidade de incorporação da Banda Oriental à esfera de influência de Buenos Aires o que leva o Brasil a declarar guerra aos argentinos a fim de garantir a manutenção da Província da Cisplatina.
(CESPE/2013) O movimento republicano secessionista no norte do Brasil, em 1820, propiciou a conscientização da elite do sudeste da necessidade da independência, a fim de se impedir que regiões brasileiras a fizessem autonomamente e se desintegrassem do território nacional.
ERRADO. Não havia movimento republicano no Norte do Brasil. No entanto, o Norte quase ficou com Portugal; a iniciativa da independência e da manutenção da unidade territorial foi do Sudeste. No Pará, na Cisplatina e no Maranhão, há resistência ao projeto de independência de Dom Pedro.
(CESPE/2012) Com a independência do Brasil, foram prejudicados tanto os setores dominantes da ex-colônia, dado o rompimento da ponte estabelecida com a Coroa portuguesa na abertura dos portos brasileiros ao comércio internacional, quanto as elites do Vale do Paraíba, dados os acordos celebrados com a Inglaterra e com Portugal para o reconhecimento do novo Estado, mediante os quais foi renovada a perspectiva de poder da aristocracia açucareira nordestina.
ERRADO. Os setores dominantes da ex-colônia não foram prejudicados, pois o sistema de dominação econômica e política não mudou, as forças assimétricas apenas foram trocadas. Outro erro é o fato de que a perspectiva de poder da aristocracia açucareira nordestina foi renovada. Desde o sé**** XVIII essa aristocracia vinha perdendo poder econômico e representatividade política.
(CESPE/2012) A Noite das Garrafadas, episódio em que portugueses atacaram, no Rio de Janeiro, um grupo de brasileiros que prestava homenagem a D. Pedro I, culminou no assassinato de Líbero Badaró, jornalista que se tornara famoso pelos artigos que publicava em apoio ao imperador e em defesa da luta intransigente para a expulsão dos portugueses do Brasil.
ERRADO. Houve inversão da lógica nesse item. A noite das garrafadas foi uma agressão de um grupo de brasileiros contra portugueses que homenageavam D. Pedro I. Além disso, os artigos de Líbero Badaró não eram publicados em apoio ao Imperador, mas contra os interesses bragantinos no Brasil.
(CESPE/2011)Um tipo de conflito de interesses que reapareceria em outros contextos da história do Brasil, centrado nas atribuições do Poder Executivo e do Legislativo, ocasionou a primeira grave crise política do nascente Estado nacional brasileiro e redundou na dissolução da assembleia constituinte encarregada de elaborar a primeira Constituição do país.
CERTO. O texto do item versa a respeito da crise que culminou com a “noite da agonia”, entre os dias 11 e 12 de novembro de 1823, quando a Assembleia Constituinte foi fechada pelo Imperador D. Pedro I. Após a dissolução, em 1824, D. Pedro I outorgou a Constituição de 1824, ignorando o partido brasileiro (que havia proposto a Constituição da Mandioca, no ano anterior).
(CESPE/2011) Os dois partidos políticos constituídos no início do Primeiro Reinado, o Conservador e o Liberal, ofereceram a Dom Pedro I o apoio e a estabilidade necessários para o seu governo, cenário de estabilidade política que desapareceu em face da violenta repressão do governo central a movimentos separatistas como a Cabanagem e a Sabinada.
ERRADO. Os partidos Liberal e Conservador irão surgir ao final do período regencial, já no fim da década de 1830. No Primeiro Reinado, havia organizações políticas conhecidas como partido brasileiro e partido português, representando, respectivamente, a grande propriedade e o comércio.
(CESPE/2009) O termo regressista, na acepção forjada por Bernardo Pereira de Vasconcelos, foi empregado, a partir de 1840, para qualificar a defesa do liberalismo político e do fortalecimento das autoridades provinciais.
ERRADO. O termo regressita, ou restaurador, ou caramuru, foi dado àqueles que defendiam o regresso do Imperador. Composto pelas antigas elites portuguesas e pelos brasileiros mais conservadores, os regressistas defendiam, até 1834 (ano em que D. Pedro I morreu), a volta do antigo Imperador e a centralização do Estado brasileiro.
(CESPE/2006) A onda liberal que leva às revoluções de 1830 na Europa também se fez presente no Brasil, embora adaptada às condições locais. Esse foi o quadro de adensamento da crise do Primeiro Reinado (1822-1831), que teve seu epílogo no afastamento (abdicação) de D. Pedro I.
CERTO. No Brasil, a crise do Primeiro Reinado, que culminou na abdicação de D. Pedro I ao trono, foi influenciada pelas revoluções de 1830, na França.
(CESPE/2005) A importância do café na história brasileira transcende ao aspecto meramente econômico, sendo também decisivo seu papel para a configuração político-institucional do país, que se tornara independente em 1822.
CERTO. O café foi importante para se constituir as relações de poder político no Brasil independente. Os grandes proprietários de terras do Vale do Paraíba detinham grande poder político e econômico no país, sustentavam, ainda, o regime escravista na produção do café nacional.
(CESPE/2005) Depreende-se do texto, quanto ao modelo de Estado a ser implantado a partir da independência, que havia convergência de pontos de vista entre as elites brasileiras, unidas pelo compromisso inarredável de garantirem a unidade do país.
ERRADO. Não havia união das elites políticas brasileiras em torno da manutenção da unidade nacional. Um importante exemplo está na proclamação da Confederação do Equador, em 1824, por Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. Esse movimento era contra o autoritarismo de D. Pedro I, consubstanciado pelo Poder Moderador.
(IADES/2020) O incidente de Chiquitos, decorrente de atitude oportunista das autoridades de Mato Grosso, contou com a conivência do governo imperial, pois transmitia imagem de força em um momento no qual a posse brasileira sobre a Cisplatina voltava a ser contestada pelas potências europeias.
ERRADO. As autoridades mato-grossenses que empreenderam a invasão a Chiquitos não contaram com a autorização de Dom Pedro I (o Imperador sequer sabia do intento). Manuel Alves da Cunha, então governador da província do Mato Grosso buscou ampliar a presença brasileira na região e demonstrar força, após Alvear trocar correspondências com Sucre e Bolívar a respeito de possível aliança contra o Império. Dom Pedro I ordenou a retirada das forças brasileiras e a substituição do governador do Mato Grosso, o que contribuiu para que Bolívar decidisse não se envolver nas questões que envolviam o Brasil e a Argentina na Cisplatina.
(IADES/2020) Pelo Tratado de Paz e Amizade celebrado no Rio de Janeiro, em 29 de agosto de 1825, o rei de Portugal reconhecia a independência política do Brasil e transferia para seu filho Pedro, de sua livre vontade, a soberania sobre o Império, reconhecendo-o como imperador. Negociado pelo experiente diplomata britânico Charles Stuart, enviado extraordinário e ministro plenipotenciário do rei de Portugal, o Tratado estabelecia que João VI de Portugal reservava para sua pessoa o título de imperador do Brasil.
CERTO. A Inglaterra, apesar de seu interesse em reconhecer logo a Independência do Brasil, era tradicional aliada de Portugal e não pretendia entrar em atritos com Lisboa. Assim, o governo inglês assumiu a posição de mediador entre Brasil e Portugal, buscando um acordo que satisfizesse a Casa de Bragança e permitisse o reconhecimento do Império do Brasil. Segundo o historiador Pedro Moacyr Campos, "havia na Inglaterra certa benevolência para com Portugal (...) Por isso Canning preferia não reconhecer a Independência antes de Portugal".

As negociações se arrastaram por quase três anos, entre Londres, Lisboa e Rio de Janeiro, contando sempre com a orientação do diplomata inglês George Canning. Finalmente, em agosto de 1825, Portugal assinou o acordo de reconhecimento, mediante uma indenização de 2 milhões de libras e da concessão a D. João VI do título de Imperador Honorário do Brasil. No entanto, o Brasil não possuía essa quantia e, por outro lado, Portugal já tinha uma dívida grande c
(IADES/2022) Com a reabertura da Assembleia Geral em 1826, as resistências provinciais foram aplainadas e os anos que se seguiram até a abdicação, em 1831, foram marcados pela continuidade política no governo e pela busca de maiorias parlamentares, sedimentando a estabilização do sistema político após as agitações desencadeadas pela Revolução de Porto (1820) e pelo constitucionalismo luso-brasileiro.
ERRADO. O período não é marcado pela estabilidade.

Em 1824, o imperador D. Pedro I expede Carta de Lei que "manda observar a Constituição Política do Império do Brasil, oferecida e jurada por Sua Majestade, o Imperador D. Pedro I". De acordo com a Carta Constitucional, a Assembleia Geral Legislativa compreende a Câmara dos Deputados (temporária) e a Câmara dos Senadores ou Senado (vitalícia). Cada legislatura durará quatro anos, e cada sessão anual (sessão legislativa), quatro meses. A primeira deveria ser composta por 102 deputados escolhidos em eleições indiretas, voto censitário, separação dos três poderes: Poder Executivo, Poder Judiciário e Poder Legislativo. A Igreja Católica é a igreja oficial do país. O regime político implantado é a constitucionalização do absolutismo, em especial ao criar o Poder Moderador, exercido diretamente pelo imperador e acima dos outros três. Dá-lhe o direito de interferir no Executivo e no Legislativo e de atuar como mediador entre as forças políti
(IADES/2022) Inicialmente aclamadas como medida de efetiva “constitucionalização” dos governos provinciais ao prestigiar o princípio eletivo para a escolha de seus membros e a participação dos luso-brasileiros na administração, as Juntas de governo, criadas a partir de 1821 pelas Cortes lisboetas, passaram à condição de persona non grata com a instalação da breve Assembleia Constituinte de 1823, especialmente entre aqueles mais próximos do imperador D. Pedro I, os quais desconfiavam dos chamados “governos democráticos” e eram adeptos de um liberalismo clássico, típico da geração Coimbrã, que via o rei como representante suficiente da nação e único capaz de garantir a ordem e a razão de Estado perante a anarquia provincial.
CERTO. Segundo Marcelo Basile, em “O Império Brasileiro: Panorama Político”, o contexto de criação das Juntas de Governo é o seguinte:

“Enquanto isso, em Lisboa, as Cortes reconheciam a necessidade de apreciar melhor a situação do Brasil. Instituiu, assim, uma comissão especial, integrada por seis deputados brasileiros e seis portugueses, que deveria emitir um parecer sobre o assunto. Em 18 de março, foi apresentado o parecer, que propunha, entre outras medidas, a permanência de dom Pedro no Rio de Janeiro, aventando a possibilidade de estabelecer no Brasil um ou dois centros de delegação do Poder Executivo, aos quais ficariam subordinadas as províncias; as Juntas de Fazenda e os comandantes de armas, por sua vez, passariam a ser subordinados às Juntas de Governo de suas províncias. A chegada das notícias do fico e da formação do ministério de janeiro provocaram, no entanto, indignação e protesto nas Cortes, que encararam tais acontecimentos como insubordinação.
(IADES/2022) Ao lado da regulamentação de vários dispositivos da Constituição, outorgada em 1824, relativos à organização do Estado, um dos temas mais debatidos pelos parlamentares, após a reabertura da Assembleia em 1826, foi o da regulação dos poderes locais. Prescreveram-se limites precisos para a autoridade municipal, restringindo sua capacidade legislativa às matérias de natureza econômica e relativas ao ordenamento local.
CERTO. Lugar de tradicional atuação dos chamados "homens bons", as Câmaras Municipais tiveram papel fundamental durante o Período Colonial.

A partir de 1827, começa a ocorrer uma maior regulamentação das instâncias de poder locais, estabelecendo-se limites para sua autoridade, como aponta o item. Um exemplo é a criação da figura do "juiz de paz", fruto das tentativas dos liberais de ampliar a participação popular na justiça e limitar os poderes do monarca. Ficou estabelecido que caberia às Câmaras o papel de regular a economia local e jurisdições específicas do ordenamento local.
(IADES/2022) Na agenda externa do Primeiro Reinado, assuntos como guerra e finanças tomaram grande espaço nos debates parlamentares a partir de 1826. Em questão, estavam a Guerra da Cisplatina, na região da bacia do rio da Prata, e os tratados de paz e aliança com a antiga metrópole e de proibição do tráfico de escravizados africanos firmado com a Inglaterra. Em todos os casos, apesar das pressões orçamentárias, dos riscos econômicos e das críticas pontuais quanto à submissão brasileira aos interesses ingleses, os gastos da guerra contra os portenhos, as “indenizações” pagas e a abolição do tráfico atlântico ganharam rápido e incontestável apoio entre as elites senhoriais e seus representantes no Parlamento e seguiram, sem resistências, para a sanção imperial, como previa o mandamento constitucional de 1824.
ERRADO. O que invalida o item é o trecho “ganharam rápido e incontestável apoio entre as elites senhoriais”.